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A vida concebida dentro do laboratório

Belo Horizonte, 02 de Agosto de 2001 (Bibliomed). O que há algumas décadas parecia ficção científica tornou-se realidade. A concepção da vida pode ser dar em laboratório com auxílio das técnicas de reprodução assistida.

Cada dia mais, nesse ramo, o homem vem dividindo lugar com microscópios modernos, estufas esterilizadas e aquecidas ou galões de nitrogênio que conservam células reprodutoras a temperaturas congelantes.

Os primeiros passos para auxiliar os casais estéreis foram dados com a inseminação artificial, que serviu como um pequeno “empurrão” na natureza.

A técnica consiste na introdução do sêmen, previamente coletado do homem e preparado em laboratório, no interior do útero para a obtenção da gravidez. As primeiras tentativas são atribuídas a um monge italiano chamado Spallanzani, no século XVII.

Oficialmente, entretanto, a história registra o médico inglês John Hunter como responsável pela primeira inseminação artificial, no final do século XVIII. No ano de 1978, o nascimento de Louise Brown, o primeiro bebê de proveta, surpreendeu o mundo.

Anos mais tarde, surge a fertilização in vitro. Com essa técnica, os óvulos são coletados com auxílio de ultra-som e colocados em contato direto com os espermatozóides para que ocorra a fecundação em estufas de laboratório.

Passados alguns dias, os embriões são transferidos ao útero. Antes dos óvulos serem coletados, as mulheres fazem uso de hormônios que provocam sua maturação.

A solução, entretanto, ainda não havia chegado para os homens com baixa produção de células reprodutoras. Depois de tentativas frustradas, em 1985, de se colocar apenas um espermatozóide sob a camada interna mais superficial do óvulo (uma técnica que recebeu o nome de SUZI ou Inserção Subzonal), cientistas belgas conseguem dar forma ao que hoje é chamada de Injeção Intracitoplasmática de Espermatozóides (ICSI).

A ICSI foi descoberta em 1990 por pesquisadores da Universidade de Bruxelas, na Bélgica, e chegou ao Brasil três anos mais tarde. Sua execução é altamente especializada.

A mulher faz uso de hormônios para a maturação do maior número possível de óvulos, que são captados pelo médico e levados ao laboratório. O sêmen é também levado ao laboratório.

Apenas um espermatozóide é colocado dentro de um óvulo. Uma pipeta de sucção imobiliza o óvulo, enquanto outra direciona e injeta a célula masculina. O índice de sucesso da ICSI é próximo a 35% por tentativa.

Outra técnica recente e importante, denominada biópsia de embrião, permite detectar problemas genéticos. É possível identificar eventuais alterações cromossômicas e genéticas, como a Síndrome de Down, em embriões fecundados em laboratório, antes de sua implantação no útero.

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