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Fatores psicológicos dificultam aprendizagem

Belo Horizonte, 11 de Julho de 2001 (eHealthLA). Estudos internacionais indicam que apenas 0,5% a 2% dos casos de dificuldade de aprendizagem na escola são provocados por lesões cerebrais. A maioria das crianças que apresenta o problema _ 98% dos casos _ apresenta sintomas motivacionais como desinteresse, hiperatividade e negativismo, ou psicológicos que podem ser desencadeados por fatos como a morte de uma pessoa próxima ou separação dos pais.

A gravidade da situação pode ser medida pelas estatísticas brasileiras de repetência e de abandono escolar. De cada cem crianças que ingressam na escola, menos da metade chega à Segunda série, menos de um terço atinge a Quarta série e menos de um quinto conclui o primeiro grau.

Ao contrário da maioria das doenças, os transtornos de aprendizagem não são detectados por meio de exames laboratoriais. Por isso, para fazer um diagnóstico detalhado, é necessário realizar avaliação individual da criança e dos ambientes em que ela vive (família, amigos, escola).

A forma de manifestação do problema é a mesma, independente de ser causada por doença ou não. Somente depois de descobrir o que está causando o problema o pediatra poderá definir o tipo de tratamento adequado. O tratamento pode envolver a participação de profissionais como neurologistas e psicólogos.

Segundo a pediatra Jussara de Azambuja, presidente do Departamento Científico de Saúde Escolar da Sociedade Brasileira de Pediatria, o apoio dos pais no tratamento é fundamental. Para ela, os pais não precisam exercer o mesmo papel da escola. Entretanto, eles podem acompanhar a criança em suas atividades e ajudá-la a se organizar.

É importante não culpar a criança pelo seu fracasso escolar e os profissionais de saúde não vêem mais a deficiência ou imaturidade do aluno como causa do fracasso escolar. Eles acreditam que a escola deve se adequar ao contexto histórico e social do aluno.

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