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Governo determina colocação de advertência no rótulo de AAS infantil

São Paulo, 23 de abril de 2001 (eHealthLA). A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou no último dia 18, a colocação de uma advertência nos rótulos de medicamentos à base de Ácido Acetil Salicílico de uso pediátrico. A partir de agora, os rótulos desses medicamentos devem trazer a seguinte frase: "Crianças ou adolescentes não devem usar este medicamento para catapora ou sintomas gripais antes que um médico seja consultado sobre a Síndrome de Reye, uma rara, mas grave doença associada a esse medicamento".

A medida foi tomada porque há possibilidade de crianças com gripe do tipo Influenza e catapora desenvolverem a Síndrome de Reye depois de serem medicadas com o AAS infantil. As empresas que fabricam o medicamento têm um prazo de 90 dias para alterar os rótulos. As empresas que não cumprirem a determinação estarão sujeitas a multas que variam de dois a duzentos mil reais.

Síndrome de Reye

A Síndrome de Reye é uma doença muito rara e séria, que normalmente afeta crianças com idades entre 4 e 12 anos, e pode ser mais comum durante epidemias de inverno, onde o número de doenças virais aumenta. Segundo o pediatra Adriano Reis do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas, em São Paulo, a doença é potencialmente fatal causando danos irreversíveis ao cérebro e ao fígado. “Como resultado do fígado danificado, que não trabalha corretamente, amônia e outras substâncias químicas prejudiciais se acumulam no sangue e afetam o cérebro, causando mudanças no estado mental (delírio, estupor e coma)”, explica. A síndrome tem como sintomas convulsões, dor muscular e hipoglicemia.

Pesquisas epidemiológicas mostraram que o uso de medicamentos contendo salicilatos, normalmente usados para tratar de enfermidades virais, aumenta o risco de desenvolvimento da doença. A National Reye´s Syndrome Foundation (NRSF) e a Food and Drougs Administration (FDA) nos Estados Unidos, recomendam que aspirina e produtos que contenham seus componentes na fórmula não sejam administrados em crianças durante processos virais, antes de consultar um especialista.

"Evitar e tratar a dor de uma criança são, obrigações do pediatra, do ponto de vista ético e humanitário. Neste sentido, o conhecimento da farmacologia das diversas categorias de drogas analgésicas é, obrigatório para qualquer pediatra. Por isso, é importante que os pais consultem sempre um médico antes de administrar qualquer remédio aos seus filhos", alerta o médico.

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