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Presença de Gene Acelera Agravamento da Esclerose Múltipla

NOVA YORK (Reuters Health) - Pacientes com esclerose múltipla tendem a ter um progresso mais rápido das deficiências se forem portadores de um gene conhecido por aumentar o risco da doença de Alzheimer e de doença cardíaca, sugeriram resultados de um estudo.

O gene é o apolipoproteína E (Apoe) que codifica uma importante molécula para transporte de colesterol. O gene Apoe aparece em, pelo menos, três variedades (e2, e3 e e4), sendo que o Apoe e4 já foi associado ao aumento do risco de doença de Alzheimer e do coração.

Os cientistas levantam a hipótese de que essa forma do Apoe pode estar associada a um mecanismo de reparo menos eficaz dos tecidos nervosos.

"Este é o primeiro fator genético a ser identificado com um grande impacto na progressão das deficiências nessa doença", informou a equipe de Amos D. Korczyn, da Universidade de Tel Aviv, em Israel. As conclusões foram publicadas na edição de fevereiro da revista Neurology.

No estudo com 205 pacientes com esclerose múltipla, 41 apresentavam pelo menos uma cópia da forma do gene Apoe e4, informaram os autores. As pessoas herdam duas cópias do Apoe -- uma do pai e outra da mãe --, mas nenhum dos pacientes do estudo tinha duas cópias do Apoe e4.

Em média, esses 41 pacientes desenvolveram esclerose múltipla mais jovens (com cerca de 32 anos de idade) que os 164 pacientes que apresentavam uma forma diferente do gene Apoe (cerca de 35 anos de idade).

A esclerose múltipla nos pacientes com Apoe e4 progrediu mais rapidamente durante um período de tempo menor que em pacientes sem o Apoe e4, observam os autores.

Por exemplo, enquanto em pelo menos metade dos pacientes sem Apoe e4 foram precisos 19 anos para chegar a um determinado nível de incapacidade, metade dos pacientes com Apoe e4 atingiu o mesmo nível em sete anos, indicou o artigo.

"Esses resultados sustentam descobertas anteriores de que o Apoe e4 está associado a uma progressão mais rápida da incapacidade na esclerose múltipla e ao aparecimento da doença um pouco mais cedo", avaliou a equipe de Korczyn.

Os pesquisadores sugeriram que o Apoe e4 pode ser usado para aconselhar os pacientes com esclerose múltipla sobre o que esperar em termos de progressão das deficiências e para medir os benefícios de um novo tratamento em grupos de diferentes riscos.

Por ser uma doença crônica do sistema nervoso central, a esclerose múltipla envolve a destruição da mielina, revestimento protetor das fibras nervosas do cérebro e da espinha. Essa destruição causa sintomas como entorpecimento, problemas de coordenação, fraqueza muscular e rigidez.

Sinopse preparada por Reuters Health

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