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Cientistas Mapeiam Respostas do Cérebro a Imagens Emocionais

Por Suzanne Rostler

NOVA YORK (Reuters Health)
- Você olha para uma rampa de skate e percebe um aumento súbito de adrenalina só em pensar em descer a 135 quilômetros por hora ou treme quando enxerga uma estrada insegura? A resposta pode revelar pistas sobre quem você é.

Há bastante tempo se sabe que a personalidade modela nossa visão de mundo mas o grau em que uma pessoa é neurótica ou extrovertida pode vir a influenciar nossas reações específicas, informaram pesquisadores.

O estudo, publicado na edição de fevereiro da Behavioral Neuroscience, verificou que mulheres extrovertidas ou sociáveis tiveram uma atividade cerebral maior quando olharam para imagens positivas como um casal feliz, filhotes de cachorro ou um pôr-do-sol.

As mulheres neuróticas, ou mais ansiosas e socialmente inseguras, tiveram uma atividade cerebral maior ao observar imagens de pessoas chorando, armas e cemitérios.

"Estas observações sugerem um mecanismo neural para a relação entre extroversão e emoções positivas e entre neurose e emoções negativas na vida cotidiana", informou a equipe de Turhan Canli, da Universidade de Stanford, na Califórnia.

Em entrevista à Reuters Health, John Gabrieli, professor de psiquiatria e um dos autores do estudo, disse que a pesquisa ajuda a explicar como dois fatores que modelam nossa personalidade -- genética e experiência -- interagem.

"O encontro destes dois fatores influencia a organização de nosso cérebro. Esta organização é a base para que uma pessoa fique feliz por ir a uma festa e outra fique satisfeita por ficar em casa", disse o pesquisador.

A equipe determinou o grau em que uma pessoa era extrovertida ou neurótica -- traços de personalidades estáveis usados por pesquisadores de personalidade por poderem ser medidos com precisão -- com um teste padrão.

Também usaram ressonância magnética funcional para medir as respostas do cérebro a figuras com imagens positivas ou negativas.

Os resultados, baseados em 14 mulheres saudáveis entre 19 e 42 anos de idade, mostraram que nas extrovertidas, as áreas do cérebro envolvidas na emoção responderam a figuras positivas.

Estas áreas incluíram o lobo frontal e a amígdala. Mulheres ansiosas tiveram mais atividade cerebral em áreas distintas que não estão muito envolvidas na emoção.

"Isto começa a nos dar algumas pistas sobre as bases neurológicas da individualidade. Diz algo sobre porque a mesma coisa pode parecer temível, emocionante ou excitante (para pessoas diferentes)", disse Gabrieli.

Sinopse preparada por Reuters Health

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