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Cérebro de Mulher é Mais Vulnerável a Danos do Álcool

Por Amy Norton

NOVA YORK (Reuters Health)
- O cérebro das mulheres pode ser particularmente vulnerável ao dano causado pelo alcoolismo, sugerem descobertas de uma nova pesquisa. O estudo é o primeiro a demonstrar diferenças de gênero na "redução" cerebral que atinge alcoólatras.

O principal autor do estudo, Daniel W. Hommer, disse à Reuters Health que o estudo se soma a outros trabalhos mostrando que as mulheres podem estar mais propensas à lesão hepática e cardíaca de abuso de álcool.

"Estamos demonstrando que o cérebro é basicamente o mesmo que esses órgãos", afirmou Hommer.

Os cientistas, do Instituto Nacional de Abuso de Álcool e Alcoolismo, em Bethesda, Maryland, apresentaram suas descobertas na edição de fevereiro de American Journal of Psychiatry.

No estudo, os pesquisadores realizaram imagens cerebrais de 79 homens e mulheres alcoólatras após três semanas de sobriedade. Depois, eles compararam os volumes cerebrais com os de 39 participantes saudáveis.

Hommer e sua equipe descobriram que, enquanto os homens alcoólatras apresentaram sinais de "redução" cerebral comparados a homens saudáveis, a diferença entre as mulheres alcoólatras e saudáveis foi ainda maior. Provavelmente, a redução reflete a morte dos neurônios, de acordo com Hommer.

Em média, as mulheres alcoólatras apresentaram um volume cerebral 11 por cento menor do que o de mulheres saudáveis. Hommer destacou que é pouco provável que essa diferença provoque uma diminuição significativa na capacidade mental.

Nenhuma das participantes, que tinham uma média de 40 anos, apresentaram sinais de déficit mental.

Hommer ressaltou que a redução cerebral aumenta com a idade em todas as pessoas. As diminuições precoces observadas em alcoólatras pode torná-los mais vulneráveis à queda cognitiva e senilidade à medida que envelhecem, explicou o pesquisador.

"O alcoolismo está relacionado à senilidade", disse Hommer. E esse estudo sugere que as mulheres alcoólatras podem estar particularmente sob risco.

Além dos efeitos relacionados à idade, a lesão cerebral ligada ao álcool pode prejudicar a capacidade de uma pessoa de largar o vício, embora mais pesquisas nessa área sejam necessárias, de acordo com Hommer.

Não se sabe ainda exatamente porque o consumo exagerado de álcool teria efeitos mais profundos nas mulheres. Mas Hommer destacou que a mesma quantidade de álcool aumenta mais os níveis de álcool no sangue em mulheres do que em homens, o que poderia explicar os efeitos diferentes no cérebro.

Hommer afirmou que pouco se sabe sobre como o consumo exagerado de álcool afeta o cérebro de pessoas que não são alcoólatras. Os pacientes do estudo bebiam cerca de 12 drinques por dia. Não se sabe o que três, quatro ou cinco drinques por dia podem fazer, acrescentou o pesquisador.

Sinopse preparada por Reuters Health

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