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Insulina Inalada Pode Ajudar a Diminuir Injeções em Diabéticos

05 de Fevereiro de 2001 (Bibliomed). Para pessoas com diabete do tipo 1 que têm que injetar insulina em si mesmas diversas vezes ao dia, os resultados de um novo estudo podem ser uma boa notícia. Pesquisadores afirmam que a insulina inalada parece manter os níveis de açúcar no sangue sob controle da mesma forma que as injeções.

No caso da diabete do tipo 1, também conhecida como diabete dependente de insulina ou diabete de início na juventude, o sistema imunológico destrói as células que produzem insulina -- o hormônio que regula os nível de glicose, ou açúcar, no sangue.

As pessoas com a doença, que normalmente começa na infância ou na idade adulta jovem, devem injetar insulina em si mesmas todos os dias para manter os níveis de glicose no sangue sob controle.

Diversos estudos demonstraram que o controle agressivo da glicose com diversas injeções diárias de insulina é a melhor forma de tratar a doença, mas muitos pacientes têm dificuldades em manter esse esquema rigoroso.

No estudo, que incluiu 73 adultos com diabete do tipo 1, uma equipe de pesquisadores liderados por Jay S. Skyler, da Universidade de Miami, na Flórida, testou os efeitos da substituição de pelo menos algumas injeções de insulina por uma forma experimental de insulina inalada.

Durante o período de 12 semanas, metade dos participantes continuou com seu tratamento normal, que incluiu duas a três injeções de insulina ao dia. O outro grupo tomou uma injeção de insulina de ação duradoura à noite, mas usou o inalador de insulina antes de cada refeição.

No estudo, os participantes mediram seus níveis de açúcar no sangue quatro vezes ao dia e as doses de insulina eram ajustadas a cada semana.

Com base nos níveis de hemoglobina glicosilada, uma proteína usada para medir níveis excessivos de açúcar no sangue, os dois tipos de tratamento tiveram efeitos similares, afirmam Skyler e sua equipe na edição de 3 de fevereiro de The Lancet.

Além disso, os níveis de glicose entre e após as refeições foram bastante similares nos dois grupos de tratamento. E as pessoas tomando a insulina inalada não estavam mais propensas a apresentar hipoglicemia, ou baixos níveis de açúcar no sangue, do que aquelas tomando injeções.

A função pulmonar permaneceu normal em todos os pacientes tomando insulina inalada e nenhum paciente apresentou efeitos colaterais importantes.

Skyler e sua equipe concluem que "um regime de insulina inalada oferece uma alternativa bem tolerada ao regime convencional que usa insulina (injetada) no controle da diabete do tipo 1".

Os pesquisadores destacam que os efeitos a longo prazo da insulina inalada no controle da glicose precisam ser demonstrados em estudos futuros.

O laboratório Pfizer financiou o estudo.

Os resultados da pesquisa são encorajadores, mas a nova forma de insulina não elimina a necessidade de injeções de insulina, de acordo com Edwin A. M. Gale, da Universidade de Bristol, na Inglaterra. Gale destaca, em um editorial, que o estudo era muito pequeno e curto para provar que a insulina inalada é tão eficaz quanto as injeções.

Dado o grande impacto que as injeções de insulina têm na vida das pessoas com diabete do tipo 1, Gale conclui que "a comunidade médica deve se unir (a pacientes) para celebrar esse pequeno avanço, com a sabedoria de que, quando os ânimos se acalmam, a esperança permanece".

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