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Dispositivo Pode Ajudar Mulheres a Evitar Retirada do Útero

05 de Fevereiro de 2001 (Bibliomed). Um dispositivo que libera hormônio pode interromper sangramento menstrual intenso e ajudar algumas mulheres a evitar a histerectomia, sugeriu um estudo realizado na Finlândia.

O dispositivo foi aprovado nos Estados Unidos como contraceptivo, mas não como tratamento para sangramento menstrual.

As mulheres com dispositivo implantado tiveram qualidade de vida semelhante às mulheres submetidas à histerectomia, remoção cirúrgica do útero, um ano depois. Como a histerectomia é uma cirurgia importante e pode levar a complicações, muitas mulheres gostariam de evitar a operação se fosse possível.

Em um novo estudo, realizado simultaneamente em cinco hospitais universitários da Finlândia, 119 mulheres receberam indicação para usar o dispositivo que libera hormônio e 117 foram designadas para histerectomia. Um ano depois, 24 mulheres no grupo do dispositivo (20 por cento) tinham optado pela histerectomia, enquanto 81 mulheres (68 por cento) continuaram usando o dispositivo.

Mesmo que as mulheres que permaneceram usando o dispositivo tenham relatado mais dor que as submetidas à histerectomia, a qualidade de vida nos dois grupos foi semelhante, incluindo redução da depressão e ansiedade, informou o artigo publicado na edição de 27 de janeiro da revista The Lancet.

O dispositivo intra-uterino (DIU) de liberação de levonorgestrel é inserido através do colo uterino. O levonorgestrel é uma progestina, semelhante à progesterona produzida pelos ovários.

As mulheres no estudo estavam entrando na faixa dos 40 e 50 anos e todas apresentavam menorragia, sangramento excessivo parecido com menstruação que é um problema comum em mulheres nessa faixa etária. O sangramento pode ser causado por vários problemas, como tumores fibróides no útero.

No estudo, os pesquisadores usaram Mirena, dispositivo feito pela companhia finlandesa Leiras Pharmaceuticals. O DIU pode ser deixado no útero por cinco anos.

A implantação do DIU foi considerada fácil pela maioria das mulheres, mas exigiu anestesia local em 10 por cento dos casos. As mulheres apontaram sangramento e sintomas hormonais como razões para a remoção do dispositivo.

"Problemas de sangramento com o DIU para liberação de levonorgestrel durante os primeiros meses são comuns e, na maioria dos casos, acabam em três a seis meses de uso", informaram os pesquisadores, chefiados por Ritva Hurskainen do Hospital Universitário de Helsinque.

O tratamento com DIU custa em média 1.530 dólares por paciente, menos de metade da despesa média com histerectomia, de 4.222 dólares.

Os pesquisadores observaram que é necessário um acompanhamento mais longo para avaliar completamente a diferença entre histerectomia e DIU, tanto em termos de qualidade de vida dos pacientes quanto em custos.

Nos Estados Unidos, há outros procedimentos disponíveis para algumas mulheres com menorragia que querem evitar a cirurgia. Essas técnicas geralmente envolvem ablação ou destruição do revestimento uterino por calor ou microondas.

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