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Criança que Assiste Pouco a TV é Menos Agressiva, diz Estudo

17 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). A prevenção do comportamento violento em crianças pode ser tão fácil quanto desligar a televisão, sugerem descobertas de um estudo. Muitas pesquisas têm relacionado a violência na mídia à agressão em pessoas jovens, mas "poucas soluções potenciais" estão sendo estudadas, afirmaram cientistas na edição de janeiro de Archives of Pediatrics and Adolescent Medicine.

Agora, resultados de um estudo com 225 estudantes do ensino básico sugerem que a limitação da exposição de crianças a televisão, vídeo e videogame diminui o comportamento agressivo e pode afetar sua visão de mundo.

No estudo, Thomas N. Robinson, da Escola de Medicina da Universidade de Standford, em Palo Alto, Califórnia, e sua equipe analisaram os efeitos de um programa de seis meses baseado na escola limitando o tempo que as crianças assistiam à TV e brincavam de videogame.

As crianças de uma escola participaram do programa e receberam um aparelho eletrônico para administrar o tempo em frente à TV para levar para casa. Os cientistas compararam seu comportamento agressivo e suas percepções do mundo com crianças de outra escola que não participaram do programa (o grupo de "controle").

Para medir a agressão, Robinson e sua equipe entrevistaram os pais e colegas das crianças e observaram as crianças no playground.

De acordo com os participantes do estudo e seus pais, o programa fez com que as crianças diminuíssem o tempo que passavam diante da televisão em um terço e limitou o tempo para brincar de videogame.

Além disso, os pesquisadores descobriram que, em comparação a crianças do grupo de controle, o programa pareceu reduzir o comportamento agressivo das crianças, de acordo com seus colegas. As incluídas no programa também estavam menos propensas a ver o mundo como "vil e assustador", embora a diferença entre os grupos não tenha sido significativa.

"Esse pequeno estudo indica que a redução do uso de televisão, vídeo e videogame pode ser um avanço particularmente promissor para diminuir o comportamento agressivo de crianças", afirmaram Robinson e sua equipe.

Mas o comportamento violento tem raízes complexas, o que torna difícil colocar a culpa em um fator pela agressividade infantil, destacou James Garbarino em um editorial acompanhando o estudo.

Garbarino, da Universidade Cornell, em Ithaca, Nova York, destacou um "acúmulo de fatores de risco" que fundamenta a violência infantil. "A televisão, o videogame, os filmes, as armas, os maus-tratos infantis, as escolas que não apresentam programas positivos, os serviços de saúde mental inadequados, o vazio espiritual, as substâncias psicoativas, a desigualdade social; há alguém entre nós sem responsabilidade?", disse Garbarino. "Eu acho que não."

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