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Pais Podem Influenciar Mais que Mídia na Auto-Estima do Filho

10 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). Hoje em dia, não é raro ver meninas de até 10 anos tentando imitar o visual de modelos e estrelas da televisão uma tendência que pode estar relacionada a distúrbios alimentares entre jovens. Mas, de acordo com dois estudos publicados em janeiro na Pediatrics, a mídia não é a única influência nos hábitos alimentares dos jovens de hoje.

Os pais podem ter um papel mais significativo do que a mídia e os colegas no modo como os jovens vêem a si mesmos e seus corpos, afirmaram pesquisadores.

Independentemente da idade e do peso da criança, as influências de um dos pais serviram para estimar se um jovem iria se tornar "muito preocupado com o peso" ou "uma pessoa em dieta constante", de acordo com Alison E. Field, do Hospital Brigham e Women e da Escola de Medicina de Harvard, em Boston, Massachusetts, e sua equipe.

Seu estudo com mais de 6.700 adolescentes entre 9 e 14 anos descobriu que meninos e meninas que afirmaram que seu pai estava preocupado com seu peso estavam acima de duas vezes mais propensos a se tornarem pessoas em dieta constante do que jovens da mesma idade, após um ano.

O estudo indicou que os meninos e as meninas que relataram que sua mãe estava em dieta constantemente apresentavam maior propensão a ficarem preocupados com seu próprio peso e a entrarem em dieta com frequência.

"Os assuntos relacionados ao peso dos pais são transmitidos a seus filhos, portanto é importante que os pais lembrem a si mesmos que eles servem como modelos e devem tentar adotar os padrões de dieta e atividade que gostariam que seus filhos imitassem", disse Field em entrevista à Reuters Health.

"Os pais devem tentar evitar fazer comentários negativos sobre seu peso e o peso de outras pessoas", acrescentou Field.

De acordo com Field, o estudo demostrou ainda que as preocupações com o peso também afetam os meninos, embora as meninas sejam mais atingidas.

Em outras descobertas, as crianças que disseram que estavam se esforçando para parecer com celebridades estavam mais propensas a expressarem muita preocupação em relação a seu peso do que outros jovens da mesma idade. A influência dos colegas não foi significativa.

"Os esforços devem ser feitos para ajudar as crianças a entenderem que muitos modelos e atores têm forma e peso corporal que não são saudáveis nem realistas para se atingir sem usar métodos que não façam mal à saúde", sugeriu Field.

Um segundo estudo descobriu que as preocupações de um dos pais com o peso de uma criança podem prejudicar a auto-estima de meninas de até 5 anos.

As meninas cujos pais apresentavam as maiores preocupações com o peso de seu filho sentiam-se menos capazes em atividades físicas. E as meninas cujas mães chegavam ao ponto de restringir o consumo de alimentos demonstraram menos confiança em sua capacidade intelectual e apresentaram menor auto-estima.

Os cientistas, liderados por Kirsten Krahnstoever Davison, da Universidade Estadual da Pensilvânia, em University Park, Pensilvânia, afirmaram que as descobertas são "uma causa de preocupação".

Os pesquisadores explicaram que meninas acima do peso que estão insatisfeitas com seu corpo podem estar mais propensas a entrarem em dieta em idade jovem.

A restrição severa de calorias pode prejudicar o crescimento em crianças, enquanto a falta de confiança nas capacidades cognitivas e físicas pode ser nociva ao desenvolvimento acadêmico e impedir a participação em esportes.

"Com 25 por cento das crianças norte-americanas acima do peso atualmente e com a preocupação com esse crescimento, as descobertas desse estudo sugerem que a forma como lidamos com crianças acima do peso pode ter implicações na saúde psicológica de uma proporção de crianças norte-americanas considerável", alertaram.

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