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Internet Vende Contraceptivos Sem Receita Médica

04 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). Contraceptivos orais e dispositivos intra-uterinos não aprovados pela Food and Drug Administration (FDA, agência norte-americana para controle de drogas e alimentos) continuam disponíveis na Internet sem receita ou consulta médica, conforme estudo informal publicado no Obstetrics and Gynecology.

O fácil acesso a drogas e DIUs pode aumentar a disponibilidade de métodos de controle de natalidade nos Estados Unidos, mesmo que essa forma de obter contraceptivos continue cara, observaram os pesquisadores.

As especialistas também alertaram para o fato de que o acesso direto a produtos vendidos com receita pode não ser seguro.

Pesquisadoras da Universidade de Washington, em Seattle, passaram-se por consumidoras e fizeram pedidos de vários contraceptivos em websites. A equipe verificou que preservativos masculinos e femininos, esponjas ou tampões vaginais e diafragmas estão disponíveis em sites com sede nos Estados Unidos ou fora do país e podem ser entregues num prazo de 12 dias.

Pílulas do dia seguinte e contraceptivos de emergência também estavam disponíveis em vários sites, geralmente por preços mais altos. As pesquisadoras obtiveram contraceptivos de emergência da marca Preven em 48 horas por um custo de 141 dólares. Para ser efetiva, a droga deve ser usada até 72 horas após a relação sexual.

"O custo de 141 dólares para o produto Preven pode ser razoável quando comparado ao custo de uma visita a um serviço de emergência", segundo as pesquisadoras Leslie Miller e Carin Nielsen. A droga foi obtida com receita, ainda que vários sites não tenham condições de confirmar as credenciais ou referências dos médicos responsáveis pelas prescrições online.

As pesquisadoras também conseguiram comprar pílulas anticoncepcionais e dispositivo intra-uterino levonogestrel sem receita em sites estrangeiros. Muitas pílulas anticoncepcionais chegaram pelo correio acompanhadas de pouca ou nenhuma informação sobre o uso apropriado ou riscos associados aos efeitos do estrogênio, observaram os autores.

"O estrogênio é contra-indicado na gravidez, lactação, insuficiência ou malignidade hepática, câncer de mama ou útero e em mulheres com risco de coágulos arteriais ou venosos", avaliaram as pesquisadoras. "Sem o respaldo do histórico médico e da avaliação da pressão arterial, mais mulheres de grupos de risco podem usar o produto", concluíram as especialistas.

A equipe não recomendou a regulamentação mais estrita das vendas de contraceptivo pela Internet, temendo que isso poderia reduzir o efeito benéfico na melhora do acesso a produtos e dispositivos para planejamento familiar.

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