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Brasil: Pesquisa Revela a Falta de Qualidade do Leite Brasileiro

São Paulo, 2 de Janeiro de 2001(eHLA). Um teste coordenado pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e realizado em conjunto com outras entidades que integram o Fórum Nacional de Entidades Civis de Defesa do Consumidor, confirma a precária qualidade do leite pasteurizado e seus derivados. Foram analisadas 19 marcas de leite tipo C em vários estados onde seis marcas apresentaram contaminação microbiana acima do permitido, algumas, inclusive, com altas taxas de coliformes. São elas: Leco, Paulista, CCPL, Selita, Itambé e Jaguaribe. Também, verificou-se que em muitos locais de comercialização, o produto estava armazenado para a venda em condições inadequadas de temperatura.

No Brasil, o leite de melhor qualidade é mais caro e, por isso, menos acessível à população. Segundo o Idec, a classificação do leite pasteurizado por tipos (A, B e C), num padrão decrescente de qualidade, sobretudo sanitária, e de preços, é uma situação considerada inaceitável. Os leites A e B atingem apenas 3,4% do total consumido no país, enquanto o leite C respondeu, em 1997, por 48 % do total do leite formal fluído (leite líquido controlado pelo governo), com um volume de dois bilhões e quatrocentos milhões de litros. Nos países mais desenvolvidos há décadas que este tipo de leite deixou de ser comercializado.

Segundo artigo publicado na revista do Instituto, o ideal seria a adoção de um único tipo de leite pasteurizado para consumo humano, extinguindo-se a atual classificação por tipo e adotando um padrão sanitário semelhante ao leite A, com o monitoramento rigoroso, também, dos resíduos de drogas veterinárias e de agrotóxicos.

As exigências sanitárias quanto às condições para ser produzido nas fazendas, transportado e conservado, inclusive quanto a padrões de higiene e de contaminação microbiana, são menos rigorosas para o leite C, constituindo-se, sem dúvidas, num dos principais motivos pelo qual o produto chega em tão precárias condições ao consumidor.