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OMS quer garantir tratamento a 400 mil pessoas com vírus HIV na América Latina e Caribe

17 de Março de 2003 (Bibliomed). Estima-se que haja um milhão de pessoas infectadas pelo vírus HIV na América Latina e Caribe, mas que apenas 200 mil estejam em tratamento. A meta é dobrar o número de atendimentos até 2005. Foi o que afirmou o diretor do departamento de HIV e Aids da Organização Mundial de Saúde (OMS), Bernard Schwartlander, na última semana, durante a reunião realizada no Rio de Janeiro para discutir a ampliação do acesso ao tratamento de Aids no continente.

Entretanto, a forma como essa ampliação será feita ainda não foi definida. Segundo Bernard, a OMS não entrará com recursos financeiros. “A característica da OMS é oferecer suporte técnico e político aos países. Não participamos com repasse de recursos. A ampliação que pretendemos depende, fundamentalmente, dos governos dos países e de repasses de recursos de instituições como o Banco Mundial e o Fundo Global”, afirmou. Paulo Teixeira, coordenador do Programa Brasileiro de DST e Aids, que representou o Brasil no encontro, não concorda com a posição da OMS.

O coordenador considera tímida a liderança da Organização no continente. “A união entre países tem-se mostrado fundamental para a conquista de redução de preços de medicamentos. No entanto, esses resultados seriam muito melhores se houvesse uma liderança mais clara por parte da OPAS, OMS ou outros organismos internacionais. Da parte dos organismos multilaterais, ressentimos a falta de uma ação contundente nas questões de patentes, fundos regionais, produção local de medicamentos e controle de qualidade de genéricos”, disse.

Atualmente, dos 200 mil pacientes atendidos, 125 mil são brasileiros, o que corresponde a 75% do total. O Ministério da Saúde acredita que esse número deverá subir para 165 mil até 2005. Os números revelam a enorme desigualdade na atenção aos portadores de Aids no continente. Em países como Bolívia e Equador, por exemplo, o acesso aos medicamentos não ultrapassa os 10%.

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