Notícias de saúde
16 de abril de 2025 (Bibliomed). Ao contrário do aviso colocado nos rótulos dos tratamentos CART-T contra o câncer, o uso desses tratamentos não parece aumentar as chances de um câncer secundário mais tarde, mostra um novo estudo realizado no Memorial Sloan Kettering Cancer Center (MSKC), nos Estados Unidos. Os pesquisadores acreditam que o CAR-T pode ser mais seguro nesse aspecto do que se supõe atualmente, e os rótulos de advertência podem precisar ser revisados.
Na terapia CAR-T, as células T do sistema imunológico são retiradas do sangue do paciente e são alteradas em laboratório pela adição de um gene para um receptor (chamado receptor de antígeno quimérico ou CAR), que ajuda as células T a se ligarem a um antígeno específico de célula cancerosa. As células CAR-T são então devolvidas ao paciente.
Entretanto, em 2024, a Food and Drug Administration dos EUA agiu com base nos dados disponíveis e colocou um aviso em caixa sobre terapias CAR-T, no qual informa que o uso do tratamento pode aumentar as chances de um paciente desenvolver mais tarde um novo câncer de células T (secundário), que não está relacionado ao linfoma de células B ou ao mieloma múltiplo para os quais o paciente recebeu CAR-T. O alerta foi baseado em dados do Sistema de Notificação de Eventos Adversos da FDA.
No novo estudo, foram revisados dados de 18 ensaios clínicos e sete estudos do "mundo real" envolvendo mais de 5.500 pacientes com linfoma ou mielomas múltiplos. Os pacientes nos estudos receberam uma das seis terapias de células T CAR atualmente aprovadas.
No geral, 326 cânceres secundários se desenvolveram entre os pacientes ao longo de um período de acompanhamento médio de pouco menos de 22 meses, e 5,8% dos pacientes desenvolveram os novos cânceres. Quatro dos ensaios compararam resultados para pacientes que receberam terapia CAR-T versus regimes padrão. As taxas de cânceres secundários foram semelhantes, independentemente do tipo de tratamento: 5% dos pacientes tratados com CAR-T desenvolveram um novo tumor, em comparação com 4,9% daqueles que não receberam CAR-T.
Além disso, o risco de desenvolver um câncer secundário não mudou com base no tipo de câncer para o qual o paciente estava sendo tratado ou no tipo de terapia CAR-T que ele recebeu. Pacientes que receberam mais de três ciclos de tratamentos não-CAR-T antes de receber a terapia CAR-T tiveram um risco maior de câncer secundário, em comparação com pacientes que receberam três ou menos desses tratamentos.
Os pesquisadores também descobriram que a maioria das novas malignidades que surgiram durante o acompanhamento não eram específicas de células T. Apenas cinco casos (0,09%) eram malignidades de células T. Em três desses casos, células T malignas foram testadas para ver se tinham alguma relação genética com as células T usadas na terapia CAR-T dos pacientes, e apenas um desses casos testou positivo.
Fonte: Clinical Cancer Research. DOI: 10.1038/s41591-024-03084-6.
Copyright © 2025 Bibliomed, Inc.
Veja também