Notícias de saúde
Por Matthew Harris
RIO DE JANEIRO (Reuters Health) - A "mãe-canguru", em que mãe e filho estão em contato permanente pele com pele, melhora o cuidado de bebês prematuros em tratamento intensivo, sendo uma boa idéia sob ponto de vista financeiro para o hospital, disse uma médica brasileira durante encontro no Rio de Janeiro.
A idéia da mãe-canguru está baseada na premissa de que bebês prematuros crescem melhor em um ambiente similar ao do útero. Os bebês são mantidos em contato permanente pele com pele com o abdome da mãe nas primeiras semanas de vida.
Os bebês prematuros nascidos no mundo desenvolvido geralmente são mantidos em incubadoras de alta tecnologia e monitorados para sinais de infecção. A técnica do canguru foi desenvolvida na Colômbia, onde os hospitais nem sempre dispõem de incubadoras e de equipe especializada.
Mas a nova pesquisa sugere que, mesmo em hospitais onde as modernas técnicas médicas estão disponíveis, o método canguru ajuda a construir um vínculo entre a mãe e o bebê, algo que a incubadora impede.
Quando usado com o tratamento intensivo regular para prematuros, o método canguru melhora as taxas de amamentação, reduz as infecções hospitalares e os custos totais são menores que no tratamento tradicional com incubadora apenas, informou Fátima Doherty durante o 5. Congresso Latino-americano de Perinatologia.
Em estudo realizado no Recife, a melhora da relação mãe-filho estimulada pelo método canguru resultou em taxas de amamentação de 63 por cento três meses depois da saída do hospital. O custo diário de 20 dólares é bem mais razoável que os 66 dólares diários do tratamento com incubadora.
Nelson Diniz de Oliveira, representante do Ministério da Saúde e coordenador do programa Mãe Canguru no Brasil, disse à Reuters Health que o método é usado apenas em associação ao tratamento com incubadora e não como substituto.
"Sabe-se que o método é usado em alguns países para substituir o tratamento com incubadora por causa da falta de recursos. No Brasil, usamos o método para melhorar os cuidados que já existem, de um ponto de vista psicológico para mãe e bebê", disse o coordenador.
"Apenas as mães que estão completamente preparadas para se comprometer com o método e os bebês que preenchem critérios estritos em termos de condições médicas estáveis são candidatos ao método. Mantemos um apoio de tratamento neonatal intensivo de 24 horas caso a mãe precise. O método é muito útil e vamos expandir o seu uso por todo o país", disse Oliveira.
Sinopse preparada por Reuters Health
Copyright © 2000 Reuters Limited. All rights reserved. Republication or redistribution of Reuters Limited content, including by framing or similar means, is expressly prohibited without the prior written consent of Reuters Limited.
Veja também