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Celsam chega ao Brasil e revela números preocupantes de saúde reprodutiva

São Paulo, 11 de Junho de 2001 (eHealthLA). Na América Latina, 116 milhões de mulheres geram, em média, três filhos cada uma. Quase metade destas mulheres em idade fértil não usa nenhum método contraceptivo de planejamento familiar. Dezessete por cento dos bebês nascem de mães com menos de 19 anos e um quarto das gestações não são planejadas.

Somente uma em cada dez mulheres escolhe um método anticonceptivo hormonal por via oral. Estes dados alarmantes foram levantados pelo CELSAM – Centro Latino Americano Saúde da Mulher, que chegou ao Brasil em 22 de maio último.

O CELSAM é uma associação sem fins lucrativos que reúne outras importantes ONGs e médicos ligados à saúde feminina na América Latina. A cidade de Belo Horizonte foi escolhida como sede para o Centro, que passa a atuar também no Brasil, com o objetivo de contribuir para elevar a qualidade de vida e de saúde da mulher.

Para isso, o CELSAM divulgará regularmente pesquisas, estudos e análises sobre os aspectos de maior relevância que norteiam a saúde da mulher ao longo de sua vida, como Planejamento Familiar, Contracepção, Climatério, e seus vários sub-temas.

O primeiro trabalho a ser divulgado é sobre a utilização dos métodos contraceptivos na América Latina e traz como resultados os dados acima e que, na avaliação dos pesquisadores, fazem com que o crescimento populacional na região continue muito alto para que haja um desenvolvimento sustentável no futuro.

De acordo com o Prof. Dr. Aroldo Fernando Camargos, coordenador do Celsam no Brasil, “O nível de aceitação dos métodos anticoncepcionais na América Latina é muito baixo e se deve à falta de informação adequada disponível para as mulheres”. Ele avalia que a infra-estrutura de educação, muito carente na Região, agrava o cenário da saúde da mulher também no Brasil.

“O resultado desta situação é que muitas mulheres simplesmente não têm acesso aos métodos que lhes permitiriam exercer seus direitos de cidadãs, usufruindo de uma qualidade de vida melhor e gerando filhos em condições mais equilibradas”, conclui o médico, também presidente da Comissão Nacional de Reprodução Humana de Febrasgo (Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia) e professor titular do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

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