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13 de fevereiro de 2025 (Bibliomed). Um estudo inovador sugere que a atividade inflamatória no corpo da mãe durante a gravidez pode influenciar o envelhecimento cerebral e a memória dos filhos até 50 anos depois. Pesquisadores acompanharam dados de mais de 18 mil gestações entre 1959 e 1966 e analisaram os efeitos em 204 indivíduos expostos ou não a altos níveis de inflamação durante o período fetal.
Os resultados revelaram que níveis elevados de marcadores inflamatórios, como IL-6 e TNF-a, no corpo das mães estavam associados a diferenças sexuais no funcionamento do cérebro dos filhos, especialmente em regiões ligadas à memória. Essas alterações eram mais marcantes em mulheres após a menopausa, que também apresentaram maior propensão a estados pró-inflamatórios na meia-idade.
Os efeitos da inflamação começaram a aparecer cedo, com crianças expostas apresentando pior desempenho cognitivo aos sete anos. Os pesquisadores acreditam que a exposição inflamatória pode aumentar a sensibilidade ao estresse e predispor os filhos a problemas de memória e doenças como Alzheimer, de forma dependente do sexo.
Apesar das descobertas, os cientistas enfatizam que a gravidez não é um destino fixo. Exposições ambientais posteriores, assim como a capacidade adaptativa do cérebro, são fatores cruciais para o desenvolvimento. O objetivo futuro da equipe é identificar biomarcadores que ajudem a prever problemas de memória e entender como diferentes fases da vida, como a puberdade, influenciam o envelhecimento cerebral.
A pesquisa reforça a importância de um cuidado integrado durante a gravidez e ao longo da vida para promover a saúde cerebral e prevenir doenças neurodegenerativas.
Fonte: Molecular Psychiatry. DOI: 10.1038/s41380-024-02798-w.
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