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Entenda a técnica usada para tratar o presidente Lula

12 de dezembro de 2024 (Bibliomed). Uma nova técnica minimamente invasiva está trazendo esperança de melhores resultados para o tratamento de hematomas subdurais crônicos, uma condição que afeta principalmente idosos e pode causar sintomas graves. Trata-se da embolização da artéria meníngea média, um procedimento que reduz as taxas de recorrência da doença e a necessidade de intervenções cirúrgicas.

De acordo com uma revisão e meta-análise recente, que avaliou mais de 1.400 pacientes, essa abordagem demonstrou ser mais eficaz do que o tratamento convencional em vários aspectos. Entre os pacientes tratados com a embolização, apenas 4,8% apresentaram recorrência, contra 21,5% no grupo submetido a tratamentos tradicionais. Além disso, a necessidade de cirurgias de resgate foi significativamente menor no grupo que recebeu a técnica inovadora: 4,4%, comparado a 16,4% no grupo convencional.

A embolização funciona bloqueando o fluxo sanguíneo para a área afetada, ajudando a estabilizar o hematoma e permitindo que o corpo o reabsorva de forma mais eficiente. Por ser um procedimento menos invasivo, também apresentou uma taxa de complicações hospitalares semelhante à dos tratamentos convencionais, reforçando sua segurança.

Embora os resultados iniciais sejam animadores, especialistas destacam a necessidade de mais estudos para avaliar os benefícios a longo prazo e definir melhor quais pacientes podem se beneficiar desta abordagem. Ainda assim, a embolização da artéria meníngea média já desponta como uma alternativa promissora, especialmente para quem busca evitar cirurgias mais invasivas.

Com a evolução das pesquisas, esta técnica tem potencial para se tornar o padrão de tratamento para hematomas subdurais crônicos, melhorando a qualidade de vida de milhares de pessoas.

As complicações do tratamento de embolização da artéria meníngea média (MMA) são raras, mas podem ocorrer, como em qualquer procedimento médico. As principais complicações relatadas incluem:

- Complicações vasculares: oclusão inadvertida de artérias adjacentes; dissecção ou lesão do vaso sanguíneo durante a introdução do cateter.

- Infarto cerebral: embolia em áreas não desejadas, levando à interrupção do fluxo sanguíneo em partes do cérebro.

- Hemorragias: pequenos sangramentos durante ou após o procedimento.

- Complicações alérgicas ou tóxicas: reação adversa aos materiais usados no procedimento, como o agente embolizante ou o contraste utilizado durante a angiografia.

- Dor local ou cefaleia: algumas pessoas relatam dor na área tratada ou cefaleia após o procedimento.

- Infecção: risco pequeno de infecção no local onde o cateter foi introduzido.

- Falha do procedimento: em alguns casos, o hematoma pode não responder adequadamente ao tratamento, necessitando de intervenções adicionais.

Embora essas complicações sejam possíveis, estudos mostram que a embolização da artéria meníngea média é geralmente bem tolerada, com taxas de complicação muito baixas, comparáveis ou inferiores às do tratamento convencional. A avaliação cuidadosa dos pacientes antes do procedimento e a realização por uma equipe médica experiente ajudam a minimizar os riscos.

Fonte: Journal of NeuroInterventional Surgery. DOI: 10.1136/neurintsurg-2021-017352.

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