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Os inibidores da ECA previnem as complicações da insuficiência cardíaca

NEW YORK, (Reuters Health) – Os inibidores da ECA beneficiam pacientes com insuficiência cardíaca, de acordo com resultados de estudos publicados na The Lancet. Os artigos mostram que os medicamentos previnem ataques cardíacos, diminuem as taxas de mortalidade, e reduzem a taxa de internação hospitalar de pacientes com insuficiência cardíaca.

"Os inibidores da ECA devem desta forma ser usados rotineiramente a longo prazo em todos os pacientes selecionados como alto risco," de acordo com o Dr. Marcus D. Flather da Universidade McMaster em Hamilton, Ontário, Canadá e uma equipe internacional de pesquisadores.

Os autores conduziram uma visão geral de cinco estudos a longo prazo comparando os inibidores da ECA com um placebo em pacientes com insuficiência cardíaca. Este estudo foi o primeiro entre dois publicados na edição de 6 de maio da The Lancet.

Em todos os cinco estudos, a taxa geral de mortalidade para pacientes tratados com inibidores da ECA (23%) foi significativamente menor do que a de pacientes tratados com placebo (inativo) (26,8%), relatam os autores. Nos três estudos de pacientes que haviam tido ataques cardíacos recentes, a diferença foi ainda mais acentuada (23.4% contra 29.1%, respectivamente).

Os pacientes tratados com inibidores da ECA também necessitaram de menos reinternações por insuficiência cardíaca, observam os pesquisadores, e tiveram menos ataques cardíacos recorrentes.

As taxas de derrame cerebral foram semelhantes nos dois grupos, indicam os artigos, mas a pressão sangüínea baixa e os problemas renais foram mais comuns entre pacientes tratados com os inibidores da ECA.

Em um segundo estudo, o Professor Bertram Pitt da Escola de Medicina da Universidade de Michigan em Ann Arbor, e outros pesquisadores da segunda parte do estudo ELITE chegaram a conclusões semelhantes.

Estes autores compararam o losartan (um medicamento bloqueador da angiotensina II) como captopril (um inibidor da ECA) em 3.152 pacientes idosos com insuficiência cardíaca.

As taxas gerais de morte, taxas de morte súbita ou parada cardíaca revertida, e os números de internações hospitalares não diferiram significativamente entre os pacientes tratados com losartan e os pacientes tratados com captopril, relata a equipe de Pitt.

Menos pacientes deixaram de usar o losartan por causa de seus efeitos colaterais, como tosse, do que os pacientes em uso de captopril, apesar de a piora das taxas de insuficiência cardíaca, redução da pressão arterial, e freqüência cardíaca não diferiram em ambos os grupos, observam os pesquisadores.

"Nós acreditamos que os inibidores da ECA devem ser o tratamento inicial da insuficiência cardíaca, apesar de os antagonistas dos receptores da angiotensina II podem ser úteis...quando os inibidores da ECA não são tolerados," concluem Pitt e colaboradores.

"Os pesquisadores do ELITE II estão certos em suas recomendações – o tratamento com inibidores da ECA deve permanecer como padrão no tratamento de pacientes com insuficiência cardíaca/ disfunção ventricular esquerda," declara Eric Velasquez e Robert Califf do Instituto de Pesquisas Clínicas Duke em Durham, Carolina do Norte, em seu editorial.

FONTE: The Lancet 2000;355:1575-1581, 1582-1587, 1568-1569.

Sinopse preparada por Reuters Health

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