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03 de julho de 2024 (Bibliomed). Distúrbios no sono podem desencadear ou piorar sintomas psiquiátricos, enquanto tratamentos que visam esses distúrbios podem aliviar a psicopatologia. Por outro lado, sintomas psiquiátricos podem agravar problemas de sono e interromper processos controlados pelo relógio biológico.
Um novo estudo revela a intricada relação entre sono, ritmos circadianos e saúde mental. O estudo de revisão foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
Apesar dos avanços na compreensão dos mecanismos subjacentes, ainda falta uma abordagem integrada que reconheça as interações dinâmicas entre transtornos psiquiátricos, sono e ritmos circadianos. Este novo estudo sintetiza evidências recentes sobre a disfunção do sono e dos ritmos circadianos como contribuinte transdiagnóstico para uma variedade de transtornos psiquiátricos, com ênfase em mecanismos biológicos.
A insônia é mais comum em pessoas com perturbações de saúde mental do que na população em geral – durante a remissão, episódios agudos e especialmente na psicose precoce, onde a dificuldade em adormecer e permanecer adormecido afeta mais de metade dos indivíduos. Cerca de um quarto a um terço das pessoas com transtornos de humor apresentam insônia e hipersonia, onde os pacientes têm dificuldade para dormir à noite, mas ficam mais sonolentos durante o dia. Proporções semelhantes de pessoas com psicose apresentam esta combinação de distúrbios do sono.
Entretanto, os poucos estudos que analisam os distúrbios do sono-vigília do ritmo circadiano (CRSWD) sugerem que 32% dos pacientes com transtorno bipolar vão dormir e acordam mais tarde do que o habitual (uma condição chamada Transtorno da Fase Retardada do Sono-Vigília). Foi relatado que os processos do relógio biológico (como os ritmos endógenos do cortisol) avançam sete horas durante episódios maníacos e quatro a cinco horas atrasados durante a fase depressiva. O tempo é normalizado após o tratamento bem-sucedido.
Destacando adolescentes e adultos jovens, grupos de maior risco para o desenvolvimento de distúrbios mentais, os pesquisadores buscam integrar fatores de sono e ritmo circadiano na patofisiologia e tratamento de transtornos do humor, ansiedade e psicose. Eles também apontam a necessidade de reformular o conhecimento existente e adotar uma abordagem integrada que reconheça a interação entre sono e ritmo circadiano.
Este estudo destaca a importância da detecção precoce e intervenção nos distúrbios do sono e ritmo circadiano em jovens, oferecendo oportunidades significativas para melhorar a saúde mental. Ao identificar lacunas e oportunidades para pesquisas futuras, os pesquisadores esperam promover um entendimento mais completo e eficaz da relação entre sono, ritmos circadianos e saúde mental.
Fonte: Proceedings of the National Academy of Sciences. DOI: 10.1073/pnas.2214756121.
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