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27 de junho de 2024 (Bibliomed). Um estudo inovador, denominado "Petal", conduzido em dois grandes hospitais do Reino Unido, investigou se o toque dos pais pode aliviar a dor dos recém-nascidos durante procedimentos dolorosos, como a coleta de sangue pelo calcanhar. A pesquisa buscou avaliar a eficácia do toque parental, realizado a uma velocidade de aproximadamente 3 cm/s, visando ativar as fibras nervosas C-táteis, responsáveis pela percepção tátil agradável, antes do procedimento doloroso.
O estudo, um ensaio clínico randomizado e multicêntrico, envolveu neonatos sem anormalidades neurológicas, nascidos com 35 semanas de gestação ou mais. Os participantes foram divididos aleatoriamente em dois grupos: no grupo de intervenção, os pais acariciaram seus bebês antes da coleta de sangue; no grupo de controle, o toque ocorreu após o procedimento. A principal medida de resultado foi a atividade cerebral evocada pela dor, monitorada por eletroencefalografia (EEG).
Entre setembro de 2021 e fevereiro de 2023, 112 neonatos foram incluídos no estudo. Os resultados mostraram que não houve diferença significativa na atividade cerebral relacionada à dor entre os grupos de intervenção e controle. Além disso, outros desfechos, como a pontuação no Perfil de Dor Infantil Prematuro-Revisado (PIPP-R), o desenvolvimento de taquicardia e a ansiedade parental, também não apresentaram diferenças significativas.
O estudo apontou para a complexidade de transferir uma intervenção tátil, conduzida por pesquisadores em um ambiente experimental, para uma abordagem liderada pelos pais no contexto clínico. Ainda assim, destacou a importância da participação dos pais no manejo da dor de seus bebês, mesmo que o toque parental antes dos procedimentos não tenha reduzido significativamente os indicadores de dor neonatal.
Fonte: The Lancet Child & Adolescent Health. DOI: 10.1016/S2352-4642(23)00340-1.
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