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Por que os negros vivem menos nos Estados Unidos?

04 de dezembro de 2023 (Bibliomed). Nas últimas duas décadas, as mortes prematuras custaram aos negros norte-americanos mais de 80 milhões de anos perdidos de vida, em comparação com os americanos brancos, indica um novo estudo da Yale School of Medicine, nos Estados Unidos.

Segundo o estudo, entre 1999 e 2020, os negros norte-americanos sofreram mais de 1,6 milhão de mortes em excesso, em relação aos brancos. Durante a primeira metade desse período, a disparidade diminuiu gradualmente - mas depois o progresso parou. Esse foi o caso, pelo menos, até a pandemia, que afetou enormemente a vida dos negros norte-americanos.

Para o estudo, os pesquisadores usaram dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA para comparar as taxas de mortalidade ajustadas por idade para americanos negros não hispânicos e brancos não hispânicos entre 1999 e 2020.

Durante esse período, os negros americanos sofreram persistentemente excesso de mortes, embora tenha havido uma melhora entre 1999 e 2011 – de pouco mais de 400 mortes a mais por 100.000 pessoas, para 211 mortes a mais por 100.000, em relação aos americanos brancos. Mas então o progresso parou de 2011 a 2019, seguido pela reversão no primeiro ano da pandemia.

Segundo os pesquisadores, não está claro o que levou à melhoria inicial, mas quanto às causas do excesso de mortes entre negros americanos, doenças cardíacas e câncer foram os principais culpados. Em 2020, porém, COVID-19 foi a principal causa de excesso de mortes entre homens negros; entre as mulheres, o COVID-19 ficou atrás apenas das doenças cardíacas. Os autores destacam o acesso desigual a cuidados de saúde de alta qualidade como parte do problema, enfatizando que o problema está ligado, também, a barreiras sociais profundamente enraizadas, que passam desde moradia e educação até o sistema de justiça criminal.

Fonte: Journal of the American Medical Association. DOI: 10.1001/jama.2023.7022.

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