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Estudo encontra associação entre isolamento social e fatores de risco para demência

02 de agosto de 2023 (Bibliomed). A doença de Alzheimer e demências relacionadas (DADR) leva a uma crise crescente de saúde pública, com um custo global anual de mais de US$1 trilhão. Tem havido evidências crescentes de que o isolamento social está associado a um risco aumentado de DADR, mas as ligações entre o estilo de vida social e outros fatores de risco conhecidos destas demências são menos bem compreendidas.

Os fatores determinantes do estilo de vida social, incluindo isolamento social, estão associados a fatores de risco de neurodegeneração, de acordo com um novo estudo canadense, onde os pesquisadores estudaram dados de 502.506 participantes do UK Biobank (UKBB) e 30.097 pessoas inscritas no Canadian Longitudinal Study of Aging (CLSA). Ambos os estudos tinham questionários que incluíam questões sobre solidão, frequência de interação social e apoio social.

O estudo encontrou uma grande variedade de associações entre fatores de risco de DADR potencialmente modificáveis e solidão e falta de apoio social. Indivíduos que fumavam mais, bebiam álcool em excesso, apresentavam distúrbios do sono e não participavam frequentemente de atividades físicas leves a vigorosas - todos fatores de risco conhecidos para DADR – tinham maiores chances de serem solitários e carentes de apoio social.

Por exemplo, no CLSA, o aumento da participação regular em exercícios físicos com outras pessoas foi associado a uma diminuição de 20,1% nas chances de se sentir solitário e de 26,9% de ter pouco apoio social.

Fatores de saúde física e mental previamente ligados à DADR, como doença cardiovascular, deficiência visual ou auditiva, diabetes e comportamentos neuróticos e depressivos, também foram associados ao isolamento social subjetivo e objetivo. No UKBB, por exemplo, a dificuldade de ouvir com ruído de fundo correspondeu a um aumento de 29,0% na chance de sentir-se solitário e de 9,86% na chance de não ter suporte social.

As chances de se sentir solitário e sem apoio social também foram 3,7 e 1,4 vezes maiores, respectivamente, em função da pontuação do participante para neuroticismo.

Os autores concluíram que o isolamento social, que pode ser modificado mais facilmente do que fatores de risco genéticos ou subjacentes à saúde, pode ser um alvo promissor para ações clínicas preventivas e intervenções.

Fonte: PLoS ONE. DOI: 10.1371/journal.pone.0280471.

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