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Excesso de oxigênio durante cirurgia pode prejudicar órgãos

13 de abril de 2023 (Bibliomed). Pacientes que recebem altos níveis de oxigênio durante a cirurgia podem ter um risco maior de lesões renais, cardíacas e pulmonares subsequentes, de acordo com um estudo da Vanderbilt University, nos Estados Unidos.

No estudo, os pesquisadores descrevem a administração de oxigênio suplementar como "um componente fundamental da anestesia", feito para reduzir a lesão tecidual, diminuir o risco de infecção no local da cirurgia e melhorar a cicatrização.

Os pesquisadores explicaram que a saturação de oxigênio da hemoglobina no sangue arterial, ou SpO2, é continuamente medida durante a cirurgia, permitindo que os médicos ajustem a dose de oxigênio a um nível alvo. Embora a SpO2 normal seja de 94% a 95%, é prática comum administrar oxigênio além do necessário para saturar a hemoglobina: conhecido como oxigênio suprafisiológico.

É esse nível excessivo de oxigênio que pode prejudicar as células e tecidos do corpo, mas os pesquisadores disseram que as evidências clínicas de tal dano são limitadas. Eles, então, começaram a analisar dados de mais de 350.000 pacientes adultos, com idade média de 59 anos, que foram submetidos a cirurgias de pelo menos duas horas com anestesia geral e intubação endotraqueal - um tubo de respiração colocado na traqueia - e foram internados em um de 42 centros médicos dos EUA após a cirurgia entre 2016 e 2018.

Insuficiência renal aguda foi diagnosticada em 6,5% dos pacientes, miocárdica em 2,8% e pulmonar em 4,4% após a cirurgia. No entanto, os pacientes na extremidade superior dos níveis de oxigênio tiveram chances 26% maiores de lesão renal aguda, chances 12% maiores de lesão miocárdica e chances 14% maiores de lesão pulmonar, em comparação com pacientes na extremidade inferior.

Os pacientes na extremidade superior dos níveis de oxigênio também tiveram chances 9% maiores de AVC e 6% maiores chances de morte dentro de 30 dias após a cirurgia do que os pacientes na extremidade inferior. Mas eles tiveram um tempo de internação um pouco menor do que os pacientes que receberam menos oxigênio.

Fonte: The British Medical Journal. DOI: 10.1136/bmj-2022-070941.