Notícias de saúde
19 de janeiro de 2023 (Bibliomed). Da pandemia do COVID-19 e da disseminação da varíola dos macacos à invasão russa da Ucrânia, passando por atentados e incêndios florestais, o que não faltam são notícias ruins, seja na TV, rádio ou internet, e muitas pessoas não conseguem não acompanhar esses acontecimentos. Contudo, para mais de 16% das pessoas, acompanhar esses acontecimentos ruis pode ser seriamente problemático e está ligado a uma série de problemas de saúde física e mental.
De acordo com um novo estudo realizado por pesquisadores da Texas Tech University College of Media & Communication, nos Estados Unidos, as pessoas que relatam altos níveis de observação problemática de notícias experimentam grande estresse por períodos prolongados. Isso leva a níveis consistentemente altos de inflamação, o que pode ter efeitos adversos na saúde física de um indivíduo.
Para o estudo, os pesquisadores entrevistaram 1.100 adultos norte-americanos em agosto de 2021. As pessoas foram questionadas se concordavam com afirmações como: "Fico tão absorto nas notícias que esqueço o mundo ao meu redor", "minha mente está frequentemente ocupada com pensamentos sobre as notícias", "acho difícil parar de ler ou assistindo ao noticiário" e "muitas vezes não presto atenção na escola ou no trabalho porque estou lendo ou assistindo ao noticiário". Os entrevistados também foram questionados se, e com que frequência, elas experimentaram estresse e ansiedade, bem como fadiga, dor, falta de concentração e problemas digestivos.
Os resultados mostraram que as pessoas que relataram consumo problemático de notícias eram mais propensas a experimentar sintomas mentais e físicos do que as pessoas que investiram menos nas notícias. Especificamente, 61% das pessoas com níveis graves de observação de notícias problemáticas relataram que se sentem doentes "bastante" ou "muito", em comparação com 6% das outras pessoas.
Para os autores, esses resultados mostram que a exposição frequente ou contínua a notícias problemáticas pode ser especialmente perigosa para pessoas com problemas mentais ou físicos subjacentes, podendo desencadear sintomas de transtorno de estresse pós-traumático ou manter os pacientes em estados de ansiedade elevada por períodos prolongados de tempo, e também pode aumentar o uso de substâncias. Por isso, eles aconselham: se assistir às notícias - especificamente notícias difíceis ou traumatizantes - enerva alguém, não há problema em reduzir seu consumo ou fazer pausas.
Fonte: Health Communication. DOI: 10.1080/10410236.2022.2106086.
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