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Medicamento mostra potencial para combater inflamação da Covid-19

24 de novembro de 2022 (Bibliomed). Em experimentos realizados com animais e células humanas, pesquisadores das Universidade de São Paulo (USP) sugerem que a niclosamida, um vermífugo já amplamente utilizado, teria ação antiviral e poderia inibir a resposta inflamatória exacerbada, que muitas vezes pode levar à morte pacientes com Covid-19 grave. A niclosamida é um medicamento indicado para o tratamento de infecções por tênia. Por ter demonstrado efeito antiviral, ele tem despertado o interesse de pesquisadores.

No estudo, os pesquisadores descreveram que a niclosamida consegue promover um processo de limpeza celular conhecido como autofagia, que destroi organelas velhas, recicla componentes celulares e desativa o inflamassoma. Esse processo também inibe a replicação do coronavírus dentro da célula.

Foi feita a triagem de 2.560 compostos, muitos já utilizados em humanos, na tentativa de identificar uma substância capaz de modular a ação do inflamossoma. Para tal, foram realizados testes in vitro nos quais as células de defesa humana foram infectadas com a bactéria Legionella, conhecida por ativa esse complexo proteico inflamatório. Depois de selecionar três drogas promissoras, os pesquisadores realizaram testes em camundongos infectados com SARS-CoV-2 e em glóbulos brancos presentes no sangue de pacientes com Covid-19.

Os pesquisadores também verificaram a ação das drogas nos macrófagos e monócitos, células que atuam na linha de frente do sistema imune e onde, na COVID-19, a ativação do inflamassoma ocorre principalmente. A niclosamida foi a que apresentou o melhor resultado.

Para os autores, esses resultados abrem caminhos para o tratamento de diversas outras condições de base inflamatória, porque o inflamassoma também está envolvido em doenças autoimunes, neurodegenetaticas, gripes, doenças infecciosas e até alguns tipos de câncer.

Fonte: Science Advances. DOI: 10.1126/sciadv.abo5400.