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O monsenhor Javier Lozzano de Barragán, presidente do Conselho do Pontifício da Pastoral da Saúde da Santa Sé, criticou em Campinas, os setores da Igreja Católica que já admitem o uso da camisinha como forma de evitar a contaminação pelo vírus HIV.
Lozzano está representando o papa João Paulo II, no Primeiro Encontro sobre DST- Doenças Sexualmente Transmissíveis/Aids que está sendo realizado pela Pastoral da Saúde na cidade de Indaiatuba, no interior do estado de São Paulo. Durante o encontro, ele disse que o uso de
preservativos em qualquer circunstância, contraria as diretrizes do Vaticano para os fiéis. A igreja, de acordo com o monsenhor, ainda defende a fidelidade matrimonial como a melhor maneira de evitar o contágio.
O bispo de Goiás dom Eugene Rixen, coordenador da Comissão Nacional de DST-Aids, ligada à Pastoral da Saúde
defendeu durante a abertura do encontro, o uso da camisinha como forma de evitar a contaminação. Segundo ele, o método deveria ser liberado pelo menos para evitar a transmissão do vírus entre os grupos de riscos, como as prostitutas e homossexuais. Já o representante do papa, alega
que nem mesmo em casos de epidemias a igreja aprova a camisinha.
Monsenhor Lozzano disse ainda que, nos casos dos homossexuais e prostitutas, a proibição da camisinha se apóia no preceito “não fornicaras” - que está
no sexto mandamento das leis de Deus.
As declarações do representante do papa João Paulo II causaram grande indignação entre os participantes do encontro. Os representantes do Fórum das ONGs - Organizações Não-Governamentais ligadas a Aids, através de seu presidente, Rubens Dida, pretende elaborar um documento contestando a fidelidade conjugal como a única forma de prevenção da doença. Além disso, ele afirmou ainda que “a Igreja Católica está repetindo os mesmo erros do passado, quando assumiu posturas das quais teve de
se desculpar depois”.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) comentou que a tolerância ao uso de preservativos não é uma posição oficial da entidade. De acordo com a CNBB, a Igreja brasileira mantém a defesa da fidelidade e castidade como as únicas opções na prevenção à doença. No Rio de
Janeiro, o cardeal arcebispo dom Eugenio de Araújo Sales, confirmou que a Igreja Católica não mudou sua opinião em relação ao preservativo. Segundo ele, a tese de usar o
preservativo como um mal menor, apresentada durante uma reunião da CNBB, não se aplica ao caso.
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