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Quais são os sintomas da Covid-19 longa?

17 de agosto de 2022 (Bibliomed). Embora o SARS-CoV-2 seja tipicamente uma doença aguda com duração de cerca de três semanas, algumas pessoas com COVID apresentam sintomas que duram meses ou mais. Um novo estudo da Universidade da Carolina do Sul (USC) descobriu que 23% das pessoas infectadas com COVID apresentarão o que se chama de COVID longa, e identifica preditores de quem provavelmente desenvolverá os sintomas (às vezes debilitantes) que podem durar até meses. A Organização Mundial da Saúde define a COVID longa como sintomas que duram 12 semanas ou mais, uma definição que os autores do estudo também usaram. As estimativas da prevalência de COVID longo variam de 10% a 90% devido à evolução dos critérios de diagnóstico e diferenças no desenho do estudo.

A pesquisa é única porque leva em consideração sintomas preexistentes, como fadiga e espirros, comuns a outras condições e que podem ser confundidas com sintomas de COVID.

“A COVID longa é uma grande preocupação de saúde pública. Vinte e três por cento é uma prevalência muito alta e pode se traduzir em milhões de pessoas”, segundo os autores do estudo.

O estudo concluiu que a obesidade e a perda de cabelo no momento da infecção são preditores da COVID longa, mas que outras condições subjacentes – como diabetes ou tabagismo – não têm ligação discernível com sintomas duradouros.

De março de 2020 a março de 2021, os pesquisadores convidaram os participantes a responder perguntas quinzenais sobre a COVID. Sua amostra final incluiu 308 indivíduos infectados e não hospitalizados que foram entrevistados um mês antes, na época da infecção e 12 semanas depois.

Depois de contabilizar os sintomas preexistentes, cerca de 23% dos participantes relataram que experimentaram novos sintomas durante a infecção que durou mais de 12 semanas, atendendo à definição de COVID longa do estudo.

Os sintomas persistentes e de início recente mais comumente experimentados por pacientes com COVID de longa duração foram:

- Cefaleia, dor de cabeça - (22%).
- Coriza - Nariz escorrendo ou entupido (19%).
- Desconforto abdominal (18%).
- Fadiga, cansaço (17%).
- Diarreia (13%).

Além disso, os pesquisadores descobriram que as pessoas tinham chances significativamente maiores de experimentar COVID longa se, no momento da infecção, elas:

- Eram obesas.
- Apresentavam perda de cabelo.
- Tinham cefaleia
- Tinham dor de garganta.

Mas, por outro lado, as chances de COVID longa entre as pessoas que sofreram congestão no peito foram menores. Houve falta de evidências relacionando o risco de COVID longa a condições de saúde preexistentes, como diabetes ou asma, ou idade, sexo, raça/etnia, educação ou tabagismo atual.

Os pesquisadores da USC usaram uma pesquisa nacional baseada na Internet - a pesquisa de rastreamento Understanding Coronavirus in America, realizada pelo Center for Economic and Social Research (CESR) da USC Dornsife College of Letters, Arts and Sciences - com cerca de 8.000 entrevistados de todo o país.

Fonte: Scientific Reports. DOI: 10.1038/s41598-022-15727-0.

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