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Tratamento de alergia ao amendoim é mais seguro para bebês menores de 1 ano

04 de julho de 2022 (Bibliomed). Já se sabia que pré-escolares podem superar com segurança as alergias ao amendoim com um tratamento de imunoterapia oral. Agora uma nova pesquisa traz evidencias de que quanto mais cedo os pré-escolares iniciarem esse tratamento, melhor.

A imunoterapia oral é um protocolo de tratamento no qual o paciente consome pequenas quantidades do alimento alergênico – neste caso, farinha de amendoim – com a dose aumentada gradativamente até uma determinada quantidade máxima. O objetivo é dessensibilizar a criança até que ela possa ter uma porção completa de proteína de amendoim sem desencadear uma reação perigosa. Para manter sua imunidade, a criança deve continuar a comer produtos à base de amendoim regularmente a longo prazo.

Um novo estudo do mundo real se concentrou em bebês com menos de 12 meses de idade e revela que a imunoterapia oral não é apenas eficaz contra alergias ao amendoim, é ainda mais segura para essa faixa etária do que para crianças pequenas e pré-escolares mais velhos.

O estudo, publicado recentemente no The Journal of Allergy and Clinical Immunology: In Practice, analisou especificamente os resultados de um grupo de 69 bebês entre um grupo de estudo maior de 452 crianças com cinco anos ou menos.

Para este estudo, as crianças visitaram um alergista pediátrico em uma clínica comunitária ou hospitalar aproximadamente a cada duas semanas para receber sua dose de amendoim. Os pais deram a mesma dose diária em casa entre as visitas à clínica. Depois de oito a 11 visitas clínicas, as crianças tinham acumulado uma "dose de manutenção" de 300 miligramas de proteína de amendoim, ou o equivalente a cerca de 1,3 gramas de amendoim. Os médicos registraram quaisquer sintomas ou reações e aconselharam os pais sobre como lidar com as reações em casa.

Quarenta e dois bebês completaram o período de acúmulo e adicionalmente mantiveram mais um ano de dosagem de manutenção. No final, nenhum deles teve mais do que uma reação leve a uma dose de 4,000 gramas de proteína de amendoim, em comparação com 7,7% das crianças de um a cinco anos que completaram o protocolo.

Sete bebês desistiram ao longo do caminho. Quatro tiveram reações consideradas como pouco além de moderadas, além de leves, mas nenhum necessitou de injeções de epinefrina. Outros 20 não tiveram sua tolerância ao amendoim avaliada ao final, seja por opção ou por longas listas de espera.

Chamou a atenção no estudo que, mesmo antes de iniciar o tratamento, os bebês mostraram estar sob menor risco do que crianças pequenas e pré-escolares. Nos testes iniciais, apenas 33,9% dos bebês tiveram uma reação considerada além de leve, em comparação com 53,7% das crianças de um a cinco anos.

Fonte: The Journal of Allergy and Clinical Immunology: In Practice. DOI: 10.1016/j.jaip.2021.12.009.

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