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Imunoterapia precoce com amendoim pode acabar com alergia

18 de fevereiro de 2022 (Bibliomed). Muitos pais temem dar amendoim a seus filhos por medo de que eles desenvolvam alergias. Contudo, um novo estudo da Universidade do Arkansas, nos Estados Unidos, mostrou que crianças que iniciam imunoterapia com amendoim até os 3 anos podem ter a alergia curada.

Mais de sete em cada 10 crianças de 3 anos ou menos no estudo foram dessensibilizadas ao amendoim no final do tratamento, o que significa que não tiveram mais uma reação alérgica quando expostas a amendoim ou produtos contendo amendoim. Cinco das sete crianças de 1 ano do estudo alcançaram remissão, em comparação com sete das 20 crianças de 2 anos e oito das 43 crianças de 3 anos.

A imunoterapia com amendoim consiste em oferecer à criança quantidades gradualmente crescentes de proteína de amendoim, o que aumenta a capacidade do corpo em tolerá-la e, aos poucos, reduzir a gravidade das reações alérgicas.

O estudo envolveu 146 crianaçs com idades entre 1 e 3 anos cuja dose inicial média tolerada de proteína de amendoim foi de 25 miligramas. Elas foram divididas aleatoriamente em dois grupos, sendo que 96 receberam tratamento de imunoterapia oral com amendoim, usando uma formulação desenvolvida para o estudo, e 50 receberam um placebo, ou tratamento inerte que não oferece nenhum benefício clínico.

O tratamento durou 2 anos e meio. A dose inicial de imunoterapia a amendoim foi de 0,1mg/dia e aumentando gradualmente para 2.00mg/dia (o que equivale a 6 amendoins). Ao final do acompanhamento, os pesquisadores avaliaram a dessensibilização fazendo com que as crianças consumissem 5.000mg de proteína de amendoim (o equivalente a 16 amendoins).

Os resultados mostraram que entre as crianças tratadas com imunoterapia oral com amendoim, 71% atingiram a dessensibilização, enquanto no grupo placebo esse resultado foi de apenas 2%. Além disso, 21% das crianças do grupo de imunoterapia conseguiram tolerar bem até 3.800mg de proteína de amendoim (cerca de 12 amendoins).

A maioria dos participantes do estudo experimentou pelo menos uma reação de dosagem, principalmente urticária leve a moderada e erupções cutâneas, dor de estômago, coceira na boca e tosse e chiado no peito, sendo que 21 pacientes precisaram de epinefrina.

Fonte: The Lancet. DOI: 10.1016/S0140-6736(21)02390-4.

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