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Máscara Respiratória Pode Prevenir Infecção Hospitalar

Por Merritt McKinney

NOVA YORK (Reuters Health) - Pacientes hospitalizados em estado crítico estão menos propensos a contrair infecções hospitalares e apresentam maiores chances de sobrevivência se médicos usarem uma máscara em vez de um tubo respiratório para ajudar na respiração, de acordo com descobertas de um novo estudo.

A assistência respiratória menos invasiva, no entanto, não é adequada a qualquer pessoa com problemas respiratórios graves, disseram os pesquisadores à Reuters Health.

Quando uma pessoa sente dificuldade respiratória, um ventilador mecânico pode ser usado para ajudar na respiração. Uma pessoa é conectada a um ventilador através de um tubo inserido na traquéia. Às vezes, um orifício é feito na traquéia (um procedimento chamado traqueostomia) para ajudar na respiração.

A inserção de um tubo na traquéia pode salvar a vida do paciente. No entanto a prática apresenta desvantagens, de acordo com pesquisadores coordenados por Emmanuelle Girou, da Unidade de Higiene e Prevenção de Infecção, em Creteil, França.

Girou e sua equipe destacam que essa prática pode aumentar as chances de o paciente contrair outras infecções (como pneumonia) durante a hospitalização, normalmente exige sedação intensa e pode levar a longas estadas em unidades de terapia intensiva.

No estudo publicado na edição de 8 de novembro de The Journal of the American Medical Association, Girou e sua equipe afirmam que algumas pesquisas sugerem que outro método de assistência respiratória chamado ventilação não-invasiva pode reduzir alguns desses riscos.

Essa técnica envolve o uso de uma máscara respiratória que cobre a face ou o nariz em vez de um tubo respiratório que fornece oxigênio.

Em um estudo com 100 pessoas com doença pulmonar obstrutiva crônica (COPD) -- um grupo de doenças que inclui bronquite e enfisema --, a ventilação não-invasiva apresentou diversas vantagens em relação à ventilação mecânica.

Pessoas que receberam a assistência respiratória menos invasiva apresentaram taxas significativamente menores de pneumonia e outras infecções, receberam menos doses de antibióticos e estavam menos propensas a morrer na unidade de terapia intensiva.

Girou e Laurent Brochard disseram à Reuters Health que a principal vantagem da ventilação não-invasiva é que pacientes conseguem ficar acordados e ficam menos expostos a infecções. Essas vantagens devem resultar em internações mais curtas e menos mortes, de acordo com as pesquisadoras.

Girou e Brochard citaram, no entanto, outro estudo, coordenado por Brochard, como evidência de que nem todos os pacientes com dificuldade respiratória devem receber a assistência respiratória menos invasiva. As descobertas do estudo também estão publicadas em The Journal of the American Medical Association.

Esse estudo incluiu 123 pacientes com problemas respiratórios graves devido à presença de líquido nos pulmões, às vezes causado por problemas cardíacos subjacentes. Alguns pacientes receberam um tratamento chamado pressão positiva contínua das vias aéreas (CPAP) além de oxigenoterapia, enquanto outros só receberam oxigenoterapia.

Na CPAP, uma máscara é usada para introduzir uma corrente de ar suave no nariz para evitar que as vias aéreas entrem em colapso. Normalmente, a técnica é usada com base na crença de que ela pode prevenir a necessidade de ventilação mecânica em alguns casos.

Inicialmente, pessoas que receberam oxigenoterapia mais CPAP apresentaram melhores resultados do que aquelas tratadas somente com oxigênio. Após algumas horas, no entanto, os benefícios começaram a diminuir.

O estudo indica que, ao final do estudo, a CPAP não diminuiu a necessidade de ventilação mecânica nem teve efeito na duração das internações ou nas chances de morte no hospital.

Na verdade, as pessoas que estavam recebendo CPAP apresentaram mais efeitos colaterais do que pessoas tratadas somente com oxigênio.

No geral, as descobertas do estudo sugerem que alguns pacientes podem obter benefícios da ventilação não-invasiva e outros não.

Sinopse preparada por Reuters Health

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