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Por Suzanne Rostler
NOVA YORK (Reuters Health) - Grávidas que não consomem cálcio suficiente podem ter problemas que vão além da maior fragilidade óssea. Segundo pesquisas recentes, elas têm taxas de chumbo no sangue maiores que as das mulheres com ingestão adequada de cálcio.
Mesmo assim, a taxa total de chumbo na corrente sanguínea fica abaixo dos 5 microgramas (mcg) por decilitro (dL) de sangue. Só índices superiores a 10 mcg/dL são considerados preocupantes, de acordo com Irva Hertz Picclotto, que chefiou o estudo. "Por enquanto, não dispomos de dados sobre possíveis danos à saúde da mãe ou do feto causados por esses níveis de chumbo", afirmou Hertz-Picclotto, da Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill.
"Sabemos, porém, que o chumbo pode passar facilmente para o feto e vários estudos já comprovaram que crianças com taxas mais altas de chumbo têm deficiências em seu desenvolvimento cognitivo, bem como problemas de comportamento."
As conclusões do trabalho, baseado em entrevistas e nos resultados de exames de sangue de 195 mulheres grávidas, estão no número de novembro do American Journal of Epidemiology.
Durante a gravidez e a lactação, o cálcio armazenado nos ossos da mão é mobilizado para ajudar na formação do esqueleto do feto e na produção de leite. Grávidas que não consomem cálcio suficiente podem liberar mais mineral ainda de seus ossos e, com ele, vai o chumbo.
Os pesquisadores descobriram que os níveis de chumbo sobem mais nas mulheres mais velhas do que nas mais jovens, provavelmente porque as primeiras acumularam mais chumbo nos ossos ao longo dos anos.
Durante a segunda metade da gestação, quando o chumbo armazenado nos ossos é liberado na corrente sanguínea, seus níveis chegam a subir 25 por cento nas mulheres de 18 anos com baixo consumo de cálcio.
Esse aumento é de 37 por cento nas de 23 anos e chega a 65 por cento nas de 33 anos. Nas mulheres de 43 anos com baixo consumo de cálcio, os níveis de chumbo no sangue chegam a dobrar, com alta de 99 por cento.
Mulheres mais velhas, negras, fumantes e com baixo nível de instrução tendem a apresentar taxas mais elevadas de chumbo no sangue durante a gravidez. E as que já amamentaram e têm consumo mais alto de cálcio registram taxas de chumbo mais baixas.
"As grávidas precisam ingerir quantidades adequadas de cálcio para impedir que o chumbo contido nos ossos chegue à corrente sanguínea. Como o chumbo vai atingir o feto, um alto consumo de cálcio significa que o recém-nascido começa a vida com menos problemas", afirmou Hertz-Picclotto.
"Parar de fumar também melhora bastante esse quadro."
Sinopse preparada por Reuters Health
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