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Vacina contra COVID-19 e AIDS: o que se sabe?

25 de outubro de 2021 (Bibliomed). O Facebook retirou do ar a live na qual o presidente Jair Bolsonaro disse que relatórios oficiais do Reino Unido teriam sugerido que as pessoas totalmente vacinadas estariam desenvolvendo a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) muito mais rápido do que o previsto. A notícia, que foi vinculada pelo site beforeitnews.com, conhecido por publicar textos contra vacinas, fake news e teorias da conspiração.

Em comunicado, um porta-voz da rede social disse que as políticas do Facebook não permitem alegações de que as vacinas de COVID-19 matam ou podem causar danos graves às pessoas. A live de Bolsonaro ocorreu no dia 21/10 e foi retirada do ar no dia 25/10.

Mas, como surgiu tal boato? Em outubro de 2020, um grupo de pesquisadores alertou ao jornal médico The Lancet que vacinas que usam adenovírus tipo 5 como vetor poderiam aumentar o risco de contrair HIV.

O alerta se baseia em um estudo de 2007 que buscava um imunizante contra a AIDS. A vacina fez uso de um vírus modificado - chamado adenovírus 5 (Ad5) - como vetor para transportar parte do material genético do HIV para o corpo. Não se sabe exatamente como a vacina aumentou os riscos de transmissão do HIV, mas uma conferência convocada pelo National Institutes of Health recomendou contra o uso futuro do Ad5 como um vetor em vacinas contra o HIV.

Algumas vacinas EM DESENVOLVIMENTO para o COVID-19, e que, portanto, ainda não estão sendo usadas, que usam o adenovírus como vetor, PODERIAM estar relacionadas a ocorrência de casos de HIV, mas não se sabe de que modo.

O Ad5 é usado como vetor em algumas vacinas e desenvolvimento para o COVID-19, sendo que quatro dessas estão atualmente em testes clínicos. Entre as candidatas a vacina contra COVID-19 baseadas em Ad5 estão a CanSino Biologics, com sede na China; uma na Rússia, que usa uma combinação de vetores Ad5 e Ad26; e uma da ImmunityBio, nos Estados Unidos.

Das vacinas aprovadas e em uso no mundo, NENHUMA usa o Ad5 como vetor, e entre aquelas em uso que são baseadas na tecnologia de adenovírus, nenhuma apresentou relação com ocorrência de casos de HIV.

Assim, você pode ficar tranquilo: NENHUMA vacina utilizada no Brasil aumenta o risco de contrair HIV. As vacinas, juntamente com medidas de distanciamento social, uso de máscara e higienização das mãos, continua sendo a maneira mais eficaz de evitar a contaminação com o novo coronavírus.

Fonte: Forbes. October 20, 2020. Sciende. DOI: 10.1126/science.abf3359.

Copyright © 2021 Bibliomed, Inc.

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