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Tratamento em Pronto-Socorro para Enxaqueca é Inadequado

Por Matthew Harris

SALVADOR (Reuters Health) - O tratamento de pronto-socorro para enxaquecas está longe de ser adequado, de acordo com dois trabalhos apresentados no 19o Congresso Brasileiro de Neurologia, realizado este mês em Salvador.

Em diversos prontos-socorros do Brasil e dos Estados Unidos, pessoas com enxaquecas estão recebendo medicamentos inadequados e estão sendo tratadas em ambientes completamente impróprios, de acordo com Yara Dadalti Fragoso, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e Kenneth Welch, da Universidade do Texas.

Welch comentou que, nos Estados Unidos, narcóticos são comumente fornecidos a pacientes com crises de enxaqueca, embora médicos devam saber que estas drogas não são particularmente eficazes e podem causar dependência.

O problema, disse Welch, é que o mecanismo que provoca enxaqueca é desconhecido. "Sabemos quais drogas funcionam, no entanto, não sabemos como elas atuam."

De acordo com Fragoso, um estudo realizado pela Unifesp detectou que 63 por cento dos médicos de pronto-socorro ainda administravam um analgésico comum para enxaqueca, apesar de uma completa ausência de evidência sobre seu valor.

A médica acrescentou que nenhum médico entrevistado disse ter feito uso de novas drogas que vêm sendo recomendadas há muitos anos para o tratamento de enxaqueca.

"Levando em consideração que 90 por cento dos médicos de prontos-socorros atendem pelo menos um caso de enxaqueca aguda por semana, a situação é completamente inaceitável", disse Yara Fragoso.

"Por esta razão, esperamos que, no futuro, o Consenso Brasileiro de tratamento de dores de cabeça publicado em junho deste ano padronize a forma como tratamos a enxaqueca", concluiu a médica.

Sinopse preparada por Reuters Health

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