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Violência Contra Mulher Deve ser Combatida, Diz Editorial

NOVA YORK (Reuters Health) - Grupos e organizações internacionais se esforçam para promovem campanhas de conscientização sobre a violência sexual contra a mulher. Mas, mesmo assim, uma em cada cinco mulheres será vítima de estupro ou tentativa de estupro durante sua vida e a situação piora cada vez mais, de acordo com um editorial da edição de 28 de outubro de British Medical Journal.

"Talvez o fato da ação internacional para prevenção da violência sexual ter falhado não cause surpresa, já que, normalmente, o sistema judicial é desfavorável a mulheres que denunciam a violência sexual", afirma Rhona MacDonald, uma editora da publicação..

Ela explica que mulheres no Peru tiveram que entregar documentos judiciais a seus próprios agressores e que, na maioria dos países, a moral de uma mulher é avaliada levando em consideração se ela já entrou com processo de estupro.

MacDonald também destaca que, em alguns Estados norte-americanos, a agressão sexual sofrida por presidiárias e praticadas por guardas não é considerada uma ofensa criminal..

Médicos e outros profissionais de saúde podem desempenhar um importante papel na mudança de atitudes em relação à violência sexual, de acordo com a editora..

Esses profissionais podem colaborar sendo compreensivos e sensíveis às necessidades de uma mulher -- físicas e emocionais -- após violência sexual..

Infelizmente, destaca MacDonald, muitos médicos desconhecem o cuidado adequado após estupro, incluindo os passos legais necessários e para onde encaminhar a vítima para aconselhamento.

A editora acredita que, além de melhorar a forma como cuidam das vítimas de violência sexual, os médicos podem promover a conscientização sobre esse tipo de agressão, conversando sobre o assunto.

"As pessoas ainda conversam sobre agressão sexual às escondidas, o que dificulta ainda mais que as vítimas aprendam a aceitar sua experiência e procurem ajuda", afirma MacDonald..

"Precisamos dissipar os tabus e conversar mais abertamente sobre este grande problema e as formas práticas de lidar (com a violência sexual)", acrescenta a editora..

Em um artigo acompanhando o editorial, uma vítima anônima conta por que não conseguia procurar aconselhamento durante cinco anos, após ser estuprada por uma gangue, enquanto trabalhava em outro país..

"O conselheiro fez com que eu tivesse consciência do terrível preço que estava pagando por guardar meu segredo comigo", disse a vítima.

Sinopse preparada por Reuters Health

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