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Níveis de HIV no Sêmen e no Sangue são Independentes

Por Emma Patten-Hitt

NOVA YORK (Reuters Health) - Os níveis de vírus encontrados no sêmen de homens infectados pelo HIV variam. As amostras sanguíneas são quase duas vezes mais propensas a conter o vírus que as de sêmen.

De acordo com as conclusões de um novo estudo, o HIV no sêmen tem origem em um componente independente da infecção e pode responder de maneira diferente à terapia antiviral que o HIV presente no sangue.

Ann Anderson Kiessling, do Centro Médico Beth Israel Deaconess, em Boston (Massachusetts), apresentou os resultados da pesquisa, segunda-feira, durante a conferência anual da American Society for Reproductive Medicine (Sociedade Americana para Medicina Reprodutiva), em San Diego (Califórnia).

Os pesquisadores mediram os níveis do vírus em amostras consecutivas de sêmen obtidas de 12 homens infectados por HIV.

Dois não estavam tomando o coquetel antiviral, dois iniciaram o tratamento durante o estudo e oito já estavam em tratamento.

"A vesícula seminal é notoriamente resistente à penetração das drogas e não foi possível analisar todas as drogas anti-retrovirais no sêmen; por isso não estamos certos se elas estão ou não chegando até ela", disse Kiessling à Reuters Health em entrevista por telefone. "A maioria dos inibidores de transcriptase reversa passa para a vesícula seminal, mas alguns dos inibidores de protease parecem não funcionar assim", disse a pesquisadora.

"Está claro que são necessários estudos sobre quais antivirais penetram na vesícula seminal e quais não", afirmou Kiessling.

"O HIV no sêmen, que se desenvolve de forma isolada, pode reagir à terapia antiviral independentemente dos vírus presentes no sangue", informaram os autores.

"Essa infecção é importante não apenas do ponto de vista do risco de transmissão da doença, mas também de sua progressão e a resistência à terapia", explicaram os pesquisadores.

"Todos os laboratórios estão preparados para coletar sangue, mas se a carga viral parece boa no sangue e ainda há muitos vírus na vesícula seminal, seria preciso pensar numa mudança no coquetel anti-Aids para aquele paciente", disse Kiessling.

Sinopse preparada por Reuters Health

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