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Dormir pouco pode aumentar as chances de desenvolver demência?

23 de abril de 2021 (Bibliomed). Um novo estudo, realizado com quase 8.000 pessoas na Grã-Bretanha por cerca de 25 anos, mostrou que pessoas que dormiam seis horas ou menos por noite eram 30% mais propensas a serem diagnosticadas com demência em relação àquelas que dormiam sete ou mais horas.

Os pesquisadores explicam que mudanças cerebrais pré-demência, como o acúmulo de proteínas associadas ao Alzheimer, são conhecidas por começar cerca de 15 a 20 anos antes que as pessoas apresentem problemas de memória, então os padrões de sono dentro desse período de tempo podem ser considerados um efeito emergente da doença.

Com base em registros médicos e outros dados de um estudo proeminente de funcionários públicos britânicos chamado Whitehall II, que começou em meados da década de 1980, os pesquisadores rastrearam quantas horas 7.959 participantes disseram ter dormido em relatórios preenchidos seis vezes entre 1985 e 2016. No final do estudo, 521 pessoas foram diagnosticadas com demência com uma idade média de 77 anos.

Os pesquisadores foram capazes de se ajustar a vários comportamentos e características que podem influenciar os padrões de sono das pessoas ou o risco de demência. Entre eles estão tabagismo, consumo de álcool, nível de atividade física das pessoas, índice de massa corporal, consumo de frutas e vegetais, nível de escolaridade, estado civil e condições como hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares.

Para esclarecer ainda mais a relação sono-demência, os pesquisadores separaram as pessoas que tinham doenças mentais antes dos 65 anos. A depressão é considerada um fator de risco para a demência e os distúrbios mentais estão fortemente relacionados com os distúrbios do sono. A análise do estudo de participantes sem doenças mentais encontrou uma associação semelhante entre pessoas que dormem pouco e aumento do risco de demência.

A correlação também se manteve se as pessoas estavam tomando medicação para dormir ou não e se tinham ou não uma mutação chamada ApoE4 que torna as pessoas mais propensas a desenvolver Alzheimer. Os pesquisadores não encontraram nenhuma diferença geral entre homens e mulheres.

Fonte: Nature Communications. DOI: 10.1038/s41467-021-22354-2.

Copyright © 2021 Bibliomed, Inc.

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