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Nascimento prematuro dos pais aumenta risco de autismo em filhos

15 de março de 2021 (Bibliomed). Os pais que nasceram muito prematuros têm quase o dobro de probabilidade de ter filhos com transtorno do espectro do autismo, de acordo com um estudo da Universidade de Yale, nos Estados Unidos.

A American Psychiatric Association classifica o Transtorno do Espectro de Autismo como uma condição de desenvolvimento complexa em que as crianças experimentam desafios nas interações sociais, fala e comunicação não verbal e podem apresentar comportamentos repetitivos.

Mulheres e homens que nasceram com menos de 37 semanas ou com baixo peso ao nascer eram mais propensos a ter filhos diagnosticados com transtorno do espectro do autismo do que aqueles nascidos a termo e com peso saudável.

As descobertas sugerem que os fatores de risco do transtorno do espectro do autismo podem abranger várias gerações e podem ajudar a estimular mais pesquisas sobre os mecanismos subjacentes de transmissão do risco de autismo nas famílias.

Para o estudo, os pesquisadores analisaram dados coletados de famílias na Dinamarca de 1978 a 2017, vinculando registros de nascimento dos pais aos registros médicos de seus filhos. A prevalência de transtorno do espectro do autismo entre crianças nascidas de pais que tiveram complicações no nascimento foi quase duas vezes mais alta do que para filhos de pais nascidos a termo e com peso saudável.

A causa dessas ligações multigeracionais potenciais por trás do transtorno do espectro do autismo permanece obscura. Para os pesquisadores, é possível que as mudanças na atividade do gene em resposta a estímulos ambientais possam ser herdadas através das gerações sem alterar as sequências de DNA subjacentes, um fenômeno conhecido como herança epigenética.

Além disso, os pais que nasceram prematuramente ou com baixo peso também podem ter maior probabilidade de enfrentar desafios de saúde física, mental, reprodutiva ou social na infância e na idade adulta. O desempenho educacional dos pais, o estado de saúde mental e sua idade no momento da gravidez contribuíram "minimamente" para o risco de transtorno do espectro do autismo.

De acordo com os autores, as descobertas podem alimentar novas pesquisas para compreender como os fatores genômicos e não genômicos influenciam o desenvolvimento inicial dos pais e como isso pode levar a distúrbios do neurodesenvolvimento em seus filhos.

DOI: International Journal of Epidemiology. DOI: 10.1093/ije/dyaa246.

Copyright © 2021 Bibliomed, Inc.

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