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Apesar de raras, reinfecções por COVID-19 podem ajudar na propagação do vírus

03 de fevereiro de 2021 (Bibliomed). Um grande estudo realizado com profissionais de saúde do Reino Unido mostrou que, apesar de as reinfecções por COVID-19 serem incomuns, elas podem ajudar o vírus a se espalhar. Segundo o estudo SIREN, testes regulares mostraram que a maioria das pessoas fica imune por meses após contrair COVID-19.

O estudo denominado SARS-CoV-2 Immunity and Reinfection Evaluation (SIREN), envolveu mais de 20.000 profissionais de saúde do Reino Unido que foram testados para COVID-19 regularmente, e concluiu que as respostas imunológicas de infecções anteriores reduzem o risco de contrair o vírus novamente em 83% por pelo menos 5 meses.

Ao longo do ano passado, relatos de infecções repetidas com SARS-CoV-2 abalaram a confiança na capacidade do sistema imunológico de sustentar suas defesas contra o vírus. Segundo os autores, os resultados provisórios do estudo amenizam alguns desses temores, uma vez que os dados sugerem que a imunidade natural pode ser tão eficaz quanto a vacinação, pelo menos durante o período de cinco meses que o estudo cobriu até agora.

Os dados sugerem que infecções repetidas são raras - ocorreram em menos de 1% de cerca de 6.600 participantes que já haviam adoecido com COVID-19. Mas os pesquisadores também descobriram que as pessoas que são reinfectadas podem carregar altos níveis do vírus no nariz e na garganta, mesmo quando não apresentam sintomas. Essas cargas virais têm sido associadas a um alto risco de transmissão do vírus a outras pessoas. Isso significa que o uso da máscara é fundamental mesmo por pessoas assintomáticas.

SIREN é o maior estudo de reinfecção por coronavírus que rastreia sistematicamente infecções assintomáticas. A cada duas a quatro semanas, os participantes são submetidos a exames de sangue para anticorpos SARS-CoV-2, bem como testes de PCR para detectar o próprio vírus.

Ao longo dos 5 meses, a equipe encontrou 44 possíveis reinfecções. No grupo de 14.000 participantes que não haviam sido infectados anteriormente, 318 pessoas testaram positivo para o vírus.

Algumas das reinfecções ainda estão sendo avaliadas. Todas as 44 são consideradas reinfecções "possíveis" e foram classificadas com base em testes de PCR combinados com medidas de triagem para reduzir o risco de re-detecção do vírus desde a infecção inicial. Até agora, apenas 2 desses 44 casos passaram em testes mais rigorosos para serem classificados como "prováveis". O estudo não avaliou se os sintomas foram melhores ou piores durante a segunda infecção do que durante a primeira, mas os pesquisadores observam que apenas cerca de 30% das pessoas com possíveis reinfecções relataram quaisquer sintomas, em comparação com 78% dos participantes com infecções iniciais.

No momento, os pesquisadores não têm dados suficientes para descobrir quem pode estar em maior risco de reinfecção, por isso recomendam que os protocolos de segurança para evitar a contaminação e propagação do COVID-19 continuem segundo seguidos.

Fonte: Nature. DOI: 10.1038/d41586-021-00071-6.

Copyright © 2021 Bibliomed, Inc.

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