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Unifesp Cria Técnica mais Segura para Tratar Adenóide

SÃO PAULO (Reuters) - Uma nova técnica desenvolvida na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) dá maior precisão e segurança a médicos em cirurgias de adenóide, conhecida como carne esponjosa localizada na região do nariz.

Através da nova técnica, o médico manipula um modelo de cureta, instrumento cirúrgico mais curvilíneo e anatômico que o usado tradicionalmente, com o auxílio de um endoscópio nasal, que fornece uma imagem da região a ser operada.

"A técnica fornece maior precisão e segurança, pois a imagem permite ao médico visualizar e quantificar a região a ser removida e o novo modelo de cureta pode ser manipulado mais adequadamente", disse o otorrinolaringologista Plínio Morgado, que desenvolveu a técnica em conjunto com os médicos Onivaldo Cervantes e Luciano Neves.

Morgado explicou que o método tradicional de remoção da adenóide consiste em uma "curetagem às cegas". "O médico não vê a adenóide ou a área operada. Ele apalpa a adenóide pela boca, para localizá-la, e faz a raspagem", afirmou Morgado.

Segundo o médico, a adenóide é um tecido linfático localizado na nasofaringe. Seu crescimento exagerado, "problema extremamente frequente na infância", pode dificultar a respiração pelo nariz. "A adenóide prejudica o desenvolvimento da criança, alterando toda sua face, por exemplo", acrescentou Morgado.

O novo modelo de cureta foi desenvolvido a partir das medidas da região da nasofaringe feitas em cadáveres de crianças. "Analisamos as relações anatômicas, realizamos uma média das medições para chegar a uma cureta com três angulações que atingissem a adenóide com maior precisão", explicou o otorrinolaringologista.

"A nova cureta respeita a anatomia normal do paciente", disse Morgado.

Por ser mais anatômico, o aparelho desenvolvido pela Unifesp reduz o risco de complicações durante a cirurgia, como hemorragia e lesões que podem afetar a audição, que ocorriam em até 14 por cento dos casos atendidos.

A técnica vem sendo empregada há cerca de quatro meses no Hospital São Paulo, da Unifesp. "Cerca de 30 pacientes já foram operados através da nova técnica e os resultados são muito bons", destacou Morgado.

O médico acrescentou que o novo modelo de aparelho foi apresentado em setembro no congresso The Nose 2000 and Beyond, em Washington, Estados Unidos. "A recepção foi muito positiva", disse Morgado.

Sinopse preparada por Reuters Health

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