Notícias de saúde
03 de setembro de 2020 (Bibliomed). Muito se discute sobre os efeitos do uso da maconha por gestantes e nas possíveis consequências dessa prática para os bebês. Pesquisas já associavam o uso de maconha durante a gravidez com o aumento do risco de natimortos, prematuros e baixo peso ao nascer. Agora, uma pesquisa canadense mostrou uma associação entre o uso materno de maconha e um maior risco de autismo.
Para mostrar que o uso de maconha por si só estava ligado ao aumento do risco de autismo, os pesquisadores analisaram especificamente 2.200 mulheres que usaram maconha, mas não usaram outras substâncias durante a gravidez.
O mecanismo pelo qual o uso de maconha durante a gravidez pode afetar os resultados do parto e a saúde do bebê não é totalmente compreendido. Ainda assim, a maioria dos especialistas aponta para estudos em animais que encontraram receptores de cannabis no cérebro de embriões de animais com apenas 5 a 6 semanas de idade. Quando uma mulher grávida consome maconha, esses receptores de cannabis seriam ativados, afetando potencialmente o desenvolvimento do cérebro do bebê.
O número de mulheres que usaram maconha durante a gravidez pode ser muito maior do que o relatado pelo estudo, já que algumas podem ter negado o uso porque a maconha recreativa era ilegal quando os dados foram coletados. Algumas gestantes afirmaram que não faziam o uso da maconha para fins recreativos, mas para tratar dores e enjoos matinais.
A legalização nacional da cannabis recreativa no Canadá em 2018 foi um catalisador para o estudo. Os pesquisadores temiam que a legalização pudesse levar a um aumento no uso de maconha entre mulheres grávidas, apesar da falta de evidências de que é segura.
Ainda assim, de acordo com os pesquisadores, vários fatores podem contribuir para um aumento do risco de autismo. O estudo mostra apenas que o uso de maconha durante a gravidez pode estar associado ao autismo - não que ele definitivamente o cause.
Fonte: Nature Medicine. DOI: 10.1038/s41591-020-1002-5.
Copyright © 2020 Bibliomed, Inc.
Copyright © 2020 Bibliomed, Inc.
Veja também