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Uso de maconha na gravidez pode comprometer o desenvolvimento no recém-nascido

13 de novembro de 2023 (Bibliomed). À medida que mais pessoas usam cannabis para fins recreativos, as atitudes em relação à droga mudaram. Por exemplo, pesquisas tem demonstrado que muitos geralmente recomendam cannabis – maconha – para mulheres grávidas, para aliviar os sintomas da gravidez, especialmente os enjoos matinais.

Porém, há um crescente corpo de literatura atestando maus resultados infantis se os canabinóides forem consumidos durante a gravidez. Os efeitos exatos no feto em desenvolvimento, no entanto, permanecem obscuros. Pesquisadores nos EUA examinaram agora como o tempo de exposição à cannabis durante a gravidez afeta o desenvolvimento fetal.

Um novo estudo publicado na revista Frontiers in Pediatrics buscou examinar se o tempo de exposição à maconha no útero afeta de forma independente e negativa o crescimento fetal, e se esses efeitos são globais ou específicos para certos parâmetros de crescimento. Na pesquisa, os dois grupos de estudo foram de usuários de maconha e um grupo de controle selecionado aleatoriamente de não usuários verificados bioquimicamente. Os dados do estudo foram obtidos por meio de abstração manual de prontuários eletrônicos.

Após o controle de fatores de confusão significativos, os resultados da regressão indicaram diminuição significativa no peso do recém-nascido após a exposição à maconha no primeiro trimestre apenas (-154 g) e após a exposição à maconha durante a gestação (-185 g) em comparação com os controles. Houve também déficits significativos no perímetro cefálico após exposição à maconha apenas no primeiro e segundo trimestre (-0,83 cm) e exposição à maconha durante a gravidez (-0,79 cm) em comparação com os controles. O comprimento do recém-nascido não foi significativamente alterado pela exposição à maconha.

Portanto, os déficits de tamanho foram maiores entre os recém-nascidos expostos à maconha durante a gestação. Os bebês nascidos após a exposição contínua no útero eram quase 200g mais leves e sua circunferência da cabeça era quase 1cm menor do que a dos bebês que não haviam sido expostos. O uso de cannabis na gravidez não previu significativamente a estatura do recém-nascido neste estudo.

O uso ocasional, como no enjoo matinal do primeiro trimestre, pode reduzir o crescimento fetal da mesma forma que o uso continuado durante a gravidez. O mesmo vale para outros usos em estágios iniciais, incluindo casos em que alguém usa maconha sem saber que está grávida. A melhor recomendação é que as mulheres sejam aconselhadas a parar de usar maconha antes de engravidar.

Fonte: Frontiers in Pediatrics. DOI: 10.3389/fped.2023.1103749.

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