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Ficar tonto ao ficar em pé pode ser fator de risco para demência

01 de setembro de 2020 (Bibliomed). Sentir-se tonto ao se levantar pode ser um sinal de aumento do risco de desenvolver demência, sugere um estudo da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Os médicos chamam essa sensação de "hipotensão ortostática" e ocorre quando há uma queda repentina na pressão arterial enquanto a pessoa fica de pé.

Os pesquisadores descobriram uma conexão entre a hipotensão ortostática e o início posterior da demência com uma queda na pressão arterial sistólica de pelo menos 15mmHg, mas não na pressão arterial diastólica ou na pressão arterial geral. A pressão arterial sistólica é o número mais importante em uma leitura de pressão arterial.

A descoberta sugere que a pressão sanguínea das pessoas quando passam da posição sentada para a de pé deve ser monitorada. De acordo os especialistas, é possível que controlar essas quedas de pressão arterial possa ser uma forma promissora de ajudar a preservar o pensamento e as habilidades de memória das pessoas à medida que envelhecem.

Para o estudo, os pesquisadores acompanharam o histórico médico de mais de 2.100 pessoas que tinham em média 73 anos de idade e não tinham demência no início do estudo. Nos 12 anos seguintes, 22% desses indivíduos desenvolveram demência. Aqueles com hipotensão ortostática sistólica tinham quase 40% mais probabilidade de desenvolver demência do que aqueles que não tinham a doença.

O estudo descobriu que 26% dos participantes com hipotensão ortostática sistólica desenvolveram demência, em comparação com 21% dos que não tinham a doença. Após o ajuste para certos fatores de saúde - como diabetes, tabagismo e uso de álcool - aqueles com hipotensão ortostática sistólica ainda tinham 37% mais chances de desenvolver demência, mostrou a pesquisa. E as pessoas cuja pressão arterial sistólica mudou mais tinham maior probabilidade de desenvolver demência do que as pessoas cujas leituras eram mais estáveis.

Entre aqueles cuja pressão sistólica variou, 24% com a maior flutuação desenvolveram demência, em comparação com 19% daqueles com a menor flutuação, descobriram os pesquisadores. Aqueles cuja pressão sistólica mais variou tiveram 35% mais chances de desenvolver demência do que aqueles cuja pressão era mais estável.

Os pesquisadores alertam que o estudo não pode provar que a hipotensão ortostática causa demência, apenas que parece haver uma associação. De acordo com eles, não é possível determinar qual a relação direta entre as tonturas e o risco de demência, mas eles acreditam vários episódios de queda de pressão podem causar danos cumulativos no cérebro ou nos vasos sanguíneos, além de rigidez progressiva nas artérias.

Quaisquer que sejam as causas básicas, os autores acreditam que os médicos devem estar cientes dessa relação, porque representa uma oportunidade de ajudar os pacientes mais velhos com vários medicamentos anti-hipertensivos que têm uma alteração na pressão sistólica com alterações posicionais. Os pacientes mais velhos geralmente tomam vários medicamentos para pressão alta e uma simples manobra posicional podem identificar pacientes com risco aumentado de demência, e os medicamentos podem ser ajustados.

Fonte: American Academy of Neurology. Press-Release. August, 2020.

Copyright © 2020 Bibliomed, Inc.

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