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Como a pandemia afetou a vida sexual?

17 de agosto de 2020 (Bibliomed). A pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2) ocasionou muitas mudanças no estilo de vida das pessoas, e, como não poderia deixar de ser, a vida sexual delas também foi afetada. Para cerca de metade dos adultos norte-americanos, a pandemia COVID-19 mudou sua vida sexual - principalmente para pior, de acordo com vários relatórios.

Um estudo recente realizado por pesquisadores da Indiana University (IU), nos Estados Unidos, descobriu que quase metade (49,2%) de uma amostra nacionalmente representativa de 1.010 adultos norte-americanos relatou algum tipo de mudança em seu comportamento sexual durante o surto de COVID-19, mais comumente, uma diminuição.

Uma pesquisa online da NBC News com mais de 11.000 entrevistados revelou que mais da metade disse que o coronavírus teve um impacto negativo em sua vida amorosa. Já uma pesquisa online com 1.200 americanos conduzida pelo Lovehoney, um site que vende brinquedos eróticos e lingerie, mostrou que apenas 32% dos casais americanos relatam ter sido “sexualmente felizes” durante a pandemia. A crise resultou em desafios de intimidade para 63% dos casais, e 19% dos casais não estão fazendo sexo.

Mas, a questão que fica é: o que está acontecendo? De acordo com especialistas em sexualidade, a pandemia está deixando as pessoas com menos autoconfiança, fazendo com que elas não se sintam bem ou tão sexy. Isso pode ser impacto da falta de autocuidado, por não estarem se exercitando e indo à academia. Além disso, explicam, a convivência diária pode fazer com que a pessoa pare de ver seu parceiro como sexy e passe a pensar nele como alguém familiar.

Por outro lado, de acordo com a pesquisa Lovehoney, 38% dos casais revelaram uma melhora da vida sexual, e 54% afirmaram que se aventuram mais sexualmente.

Mas a pesquisa também descobriu que quase um quarto (24%) dos entrevistados não conseguiu se reunir com seus parceiros por causa das restrições do COVID-19. Em consequência, muitos casais estão fazendo sexting e desfrutando de sessões de vídeo-sexo através do Facetime, Zoom e Skype para tornar a separação mais suportável.

O estudo da Indiana University mostrou que as conversas de sexo por telefone ou vídeo aumentaram entre apenas 8% dos casais durante o bloqueio (e diminuíram entre 9%). Os pesquisadores descobriram que a frequência das relações sexuais aumentou para 12,5% dos participantes do estudo, mas diminuiu para 19,4% e permaneceu a mesma para 68%. As atividades românticas (como abraçar, beijar, acariciar ou dar as mãos), bem como certas atividades sexuais (como sexo oral e se masturbar em casal) diminuíram entre mais casais do que aumentaram. Por outro lado, comportamentos como masturbar-se sozinho, enviar fotos sensuais e assistir a vídeos sexualmente explícitos tiveram aumentos maiores do que reduções.

Os pesquisadores da Lovehoney descobriram que a idade e a localização também afetaram a intimidade durante o coronavírus. Entrevistados com idade entre 18 e 34 anos relataram um declínio de 14% na atividade sexual, enquanto aqueles com 35 anos ou mais relataram um aumento de 4% na atividade. Esse declínio da atividade sexual entre os mais jovens pode ser atribuído ao fato de que muitos casais com menos de 35 anos não moram juntos e as ordens de isolamento os impedem de se verem com frequência.

Para os pesquisadores, a forma como as pessoas estão lidando mentalmente com a pandemia parece estar afetando seu comportamento sexual. Se por um lado as medidas de distanciamento social sejam necessárias, elas podem exacerbar os sentimentos de depressão e solidão para algumas pessoas, explicam. De acordo com o estudo da Indiana University, pessoas que se sentiam deprimidas e solitárias relataram diminuições nos comportamentos íntimos, como abraços, carícias, mãos dadas e beijos, e na atividade sexual com parceiros.

Fonte: MDLinx. August 14, 2020.

Copyright © 2020 Bibliomed, Inc.

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