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31 de julho de 2020 (Bibliomed). Quase 10 milhões de crianças que estão fora da escola em todo o mundo devido à pandemia de coronavírus nunca podem retornar à sala de aula, disse um novo relatório publicado por uma organização internacional de ajuda humanitária infantil, alertando que o mundo está enfrentando uma "emergência educacional oculta" e sem precedentes.
No relatório de 94 páginas, Save Our Education, publicado pelo Save the Children Fund, a organização com sede em Londres disse que, no início de abril, mais de 1,6 bilhão de estudantes, ou 91% de todos os estudantes do mundo, haviam parado de ir à escola quando suas portas se fecharam para impedir a propagação do COVID-19.
As escolas fecharam quando governos de todo o mundo instituíram vários graus de bloqueio, o que levou a economia global a uma recessão. Até o final deste ano, o produto interno bruto global deverá encolher 7,6%, informou a Organization for Economic Co-operation and Development em junho.
Essa recessão pode criar um déficit de US$77 bilhões nos gastos com educação nos países mais pobres do mundo nos próximos 18 meses. No pior cenário, estimativas do relatório apontam que esse número pode ser de US$192 bilhões até o final de 2021.
De acordo com o relatório, esses profundos cortes no orçamento para a educação e o aumento da pobreza causados ??pelo vírus podem fazer com que 9,7 milhões de estudantes nunca mais voltem para a escola, com outros milhões ficando para trás na educação.
Crianças em países de baixa renda, em campos de refugiados e em zonas de conflito, mas principalmente as mulheres nesses ambientes, correm alto risco de nunca mais voltar à escola, segundo o relatório, pois a cada dia que passa elas se tornam mais vulneráveis ??à fome, violência, trabalho infantil e casamento infantil.
As crianças no Afeganistão, Chade, Costa do Marfim, Guiné, Libéria, Mali, Mauritânia, Níger, Nigéria, Paquistão, Senegal e Iêmen enfrentam o maior risco de nunca voltar à escola, enquanto as de outros 28 países foram rotuladas risco moderado de não continuar com a educação, segundo o relatório. As crianças nesses países enfrentam o maior risco de serem submetidas ao trabalho infantil forçado, enquanto as adolescentes do sexo feminino podem sofrer violência baseada em gênero, casamento infantil e gravidez, disseram os pesquisadores, acrescentando que quanto mais tempo eles estão fora da escola, maior o risco se torna.
Em junho, a UNICEF alertou que milhões de crianças poderiam ser forçadas a empregos mal remunerados e perigosos, potencialmente levando ao primeiro aumento do trabalho infantil em pelo menos duas décadas.
Para corrigir essa situação, o relatório pede aos governos e doadores que invistam em educação, enquanto incentivam os credores comerciais a suspender o pagamento de dívidas a países de baixa renda que poderiam disponibilizar cerca de US$ 14 bilhões para investimentos em educação. Especificamente, a Save the Children Fund solicita ao Banco Mundial que forneça US$ 35 bilhões para financiar o retorno à escola, tornando-os seguros e inclusivos com acesso a refeições escolares e serviços de saúde.
O relatório Save Our Education pode ser acessado AQUI.
Fonte: Save Our Education. Save the Children Fund. July, 2020.
Copyright © 2020 Bibliomed, Inc.
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