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Poluição do ar pode aumentar o risco de parto prematuro

03 de julho de 2020 (Bibliomed). Mulheres grávidas expostas à poluição do ar ou às ondas de calor correm um risco maior de ter um bebê prematuro ou com baixo peso, segundo uma nova revisão de pesquisa realizada por pesquisadores do Southern California Permanente Medical Group, nos Estados Unidos.

A revisão de 68 estudos nos Estados Unidos constatou que a grande maioria chegou à mesma conclusão: os bebês corriam maior risco quando suas mães viviam em áreas com pior qualidade do ar ou calor mais opressivo.

Os 68 estudos cobriram um total de quase 32,8 milhões de nascimentos. Dos 57 estudos que analisaram a poluição do ar, 84% descobriram que mulheres em áreas mais poluídas corriam maior risco de ter um resultado negativo na gravidez. O mesmo aconteceu em nove dos dez estudos sobre exposição ao calor.

A maioria dos estudos analisou o risco de os recém-nascidos serem prematuros ou com baixo peso. Porém, alguns examinaram natimortos e encontraram um risco maior com maior exposição à poluição do ar ou ao calor.

Os estudos não conseguiram medir a exposição real das mulheres grávidas a poluentes em suas vidas diárias. Em vez disso, analisaram padrões mais amplos, como se os partos prematuros eram mais comuns em códigos postais com pior qualidade do ar.

Os pesquisadores explicam que é complicado eliminar os efeitos da poluição do ar ou do calor de muitos outros fatores que afetam os resultados da gravidez, no entanto, alertam que uma quantidade crescente de dados demonstra uma associação. Além disso, segundo os pesquisadores, existem razões biológicas para que tanto o ar sujo quanto as altas temperaturas possam ser arriscadas para as futuras mães.

Os pequenos pedaços de partículas presentes na poluição do ar podem ser inalados profundamente nos pulmões e causar inflamação generalizada no corpo. Mulheres com problemas de saúde crônicos, como asma, podem ser particularmente suscetíveis. De acordo com isso, a revisão constatou que a ligação entre poluição do ar e complicações na gravidez era mais forte entre as mulheres com asma.

O calor opressivo é um problema em parte porque a gravidez altera a capacidade do corpo de regular a temperatura. Pesquisas sugerem que o calor pode contribuir para o trabalho de parto prematuro ou baixo peso ao alterar o fluxo sanguíneo para a placenta ou causar desidratação.

Os pesquisadores destacam que a mudança climática é, de fato, uma questão de saúde pública que precisa de uma resposta social. Em geral, mulheres de baixa renda e mulheres negras têm as maiores taxas de nascimento prematuro e baixo peso ao nascer nos Estados Unidos. Elas também são expostas desproporcionalmente à poluição do ar, e, geralmente, têm menos recursos para ajudar a se proteger.

Fonte: JAMA Network Open. DOI: 10.1001/jamanetworkopen.2020.8243.

Copyright © 2020 Bibliomed, Inc.

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