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Testes autoadministrados para COVID-19 são eficazes

26 de junho de 2020 (Bibliomed). Os testes de “swab nasofaríngeo”, usados para detecção do novo coronavírus, são desconfortáveis e assustam muitas pessoas, uma vez que são administrados por enfermeiros que introduzem um cotonete no nariz da pessoa. Um novo estudo constatou que um teste no qual a própria pessoa coleta a amostra, além de mais confortável, pode ser eficaz.

De acordo com o estudo, amostras de swab coletadas pelo paciente na passagem nasal inferior apresentaram precisão acima de 90%, em comparação com testes padrão que chegaram à nasofaringe (onde as passagens nasais se conectam à boca).

Permitir que os pacientes coletassem suas próprias amostras reduziria também os riscos de infecção para os profissionais de saúde, uma vez que os swabs nasofaríngeos são tão desconfortáveis ​​que os pacientes costumam tossir, espirrar ou engasgar durante os procedimentos, aumentando as chances de as gotículas infectadas serem expulsas. Além disso, a adoção de técnicas de amostragem coletadas pelos pacientes pode reduzir o uso de equipamentos de proteção individual e proporcionar uma experiência mais confortável ao paciente.

No estudo, os pesquisadores compararam a precisão dos testes de swab administrados pelo paciente para COVID-19 com os dos testes de swab "padrão ouro" da área nasofaríngea, realizados por profissionais de saúde.

Os 530 participantes do estudo eram todos residentes do estado de Washington, nos Estados Unidos, que apareceram em uma das cinco clínicas com "sintomas indicativos de infecção respiratória superior", informou a pesquisa.

Cada paciente foi submetido a um teste padrão de cotonete nasofaríngeo para COVID-19, realizado por um profissional de saúde. Mas eles também foram convidados a usar cotonetes para coletar amostras por conta própria de três áreas: a língua, a área nasal inferior e um pouco mais acima da passagem nasal (mas não tão alta quanto a nasofaringe).

Comparados ao teste nasofaríngeo padrão, os dois testes de passagem nasal passaram do limite aceitável de precisão de 90%. Testes da área nasal inferior tiveram 94% de precisão e o teste nasal médio alcançou 96,2% de precisão. As amostras retiradas da língua dos pacientes eram um pouco menos precisas, em 89,8%, mas ainda muito próximas do limiar de 90%.

De acordo com os pesquisadores, o fato de o teste nasal médio ter sido o mais preciso dos testes entregues indica que a carga viral pode ser maior nessa área. Com base nos resultados, eles concluíram que coleta de amostras de pacientes para o teste de SARS-CoV-2 em locais que não sejam a nasofaringe é uma abordagem útil durante a pandemia de COVID-19.

Fonte: New England Journal of Medicine. DOI: 10.1056/NEJMc2016321.

Copyright © 2020 Bibliomed, Inc.

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