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Por Alicia Ault
SÃO FRANCISCO (Reuters Health) - As mulheres submetidas a mastectomia têm dor "fantasma" e sensações que descrevem como "agulhadas", como se a mama nunca tivesse sido removida, segundo trabalho divulgado em São Francisco.
Surpreendentemente, a reconstrução da mama após a mastectomia não reduziu a dor fantasma ou as sensações, observou o autor do estudo, Srinivasa N. Raja, do Johns Hopkins Medical Institutions (Instituições Médicas John Hopkins), em Baltimore (Maryland), que apresentou suas conclusões no encontro da American Society of Anesthesiologists (Sociedade Americana de Anestesiologistas).
A dor no membro fantasma, comum nas pessoas submetidas a amputações, parece ser uma reação do organismo ao trauma, explicaram os pesquisadores.
Quando os nervos são cortados, novos tecidos se desenvolvem e enviam sinais anormais ao sistema nervoso, que o cérebro pode interpretar como dor.
Os resultados do trabalho da equipe de Raja foram baseados em uma pesquisa com 279 mulheres. Deste grupo, 52 por cento das pacientes foram submetidas apenas à mastectomia e 48 por cento foram submetidas a cirurgia reconstrutiva depois da mastectomia.
Cerca de 40 por cento das mulheres de cada grupo sentiram dor fantasma na mama e metade relatou sensações como coceira, incômodo, agulhadas e pressão. Segundo Raja, a equipe ficou surpresa com o fato de mulheres submetidas a reconstrução também sentirem dores fantasmas.
De acordo com a pesquisa, a dor antes da mastectomia é um forte indicativo de quais mulheres terão dor fantasma e outras sensações no pós-operatório.
A depressão e o medo da reincidência do câncer foram maiores em mulheres que relataram dor fantasma, indicou o trabalho.
Essas pacientes também foram as que se preocuparam com o impacto da mastectomia sobre a vida sexual.
Segundo Raja, a dor fantasma durou, em média, 20 meses, mas algumas mulheres sentiram dor por apenas alguns meses.
Sinopse preparada por Reuters Health
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