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Consumo de tatus campestres gera aumento de casos de lepra em humanos no Pará

11 de setembro de 2018 (Bibliomed). A caça e consumo de tatus pode significar um aumento do risco de contrair a lepra, doença infecciosa que afeta os nervos, causa fraqueza muscular e gera manchas esbranquiçadas ou avermelhadas sobre a pele.

Um estudo avaliou 16 tatus capturados em duas aldeias no município de Belterra, no estado do Pará, região amazônica do Brasil, um lugar escolhido pela alta densidade destes mamíferos nas florestas circundantes e a elevada percentagem de pessoas que caçam ou consumir animal
Embora a caça e o consumo de tatu sejam proibidos no Brasil, a prática é comum nas regiões do país onde esses animais são abundantes e outras fontes de proteína são escassas.

Os pesquisadores avaliaram amostras de fígado e baço de tatus capturado por os moradores, verificando-se que havia sinais do DNA da bactéria Mycobacterium leprae, que provoca a doença, em 62% dos animais.

Em exames de sangue colhidos de 146 residentes locais, os pesquisadores confirmaram a lepra em sete deles, enquanto 91 tinham anticorpos para o agente patogénico, sugerindo que tinham contatado com o microrganismo.

Aqueles que relataram consumir a carne do tatu frequentemente - mais de uma vez por mês ou duas vezes por semana - tinham mais anticorpos.

Os resultados apresentam evidências que reforçam a suspeita de que os tatus poderiam abrigar e transmitir as bactérias da lepra, atuando como reservatório do patógeno. Isto seria potencialmente problemático, uma vez que cerca de 65% das pessoas na região consomem carne de tatu pelo menos uma vez por ano, e uma vez que são animais de grande porte, um caçador que abate um tatu pode compartilhá-lo com a família e amigos.

Mas para estabelecer uma conexão de causa e efeito, seria necessário demonstrar que a bactéria identificada em tatus é a mesma cepa encontrada no sangue das pessoas.

Fonte: PLOS Negleted Tropical Disease.

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