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NOVA YORK (Reuters Health) - Pesquisadores de uma empresa de Massachusetts que trabalharam com cirurgiões e cardiologistas da Universidade Temple, na Filadélfia, deram o primeiro passo para o que pode ser um novo tratamento para lesões no músculo cardíaco.
A Diacrin Inc., de Charlestown (Massachusetts), informou que os cientistas usaram células de músculo estriado de um homem de 48 anos para tentar restaurar o músculo cardíaco danificado comprometido por doenças.
Albert Edge, diretor de biologia molecular e celular da Diacrin, disse à Reuters Health que as células dos músculos estriados têm capacidade de regeneração, característica que as células cardíacas não têm. Se o músculo cardíaco for danificado -- por doença cardíaca, por exemplo -- há pouco a ser feito para recuperar células mortas ou danificadas.
No tratamento experimental, células de músculo estriado foram retiradas do braço de um paciente, cultivadas em laboratório e depois injetadas diretamente no coração durante uma cirurgia.
A operação foi realizada para implantar uma espécie de coração artificial, o chamado aparelho auxiliar de ventrículo esquerdo (LVAD, sigla para left ventricular assist device), usado para ajudar os pacientes com insuficiência cardíaca congestiva a sobreviver até que seja feito um transplante.
Vários pacientes serão submetidos ao tratamento experimental para garantir que a injeção de células de músculo estriado é segura e que elas vão aderir ao tecido cardíaco e crescer.
"Todos os pacientes que temos vão ser submetidos a transplantes e, quando fizerem a transição do LVAD para o novo órgão, vamos aproveitar para examinar o tecido do coração antigo para avaliar a sobrevivência do enxerto", explicou Edge.
De acordo com o pesquisador, a longo prazo o objetivo da equipe é melhorar a função cardíaca. "Nestes pacientes, os resultados podem não ser grande coisa, porque a função cardíaca está sendo assumida pelo LVAD., mas, eventualmente, gostaríamos de tratar os pacientes com (ataque cardíaco) mais cedo", disse o especialista.
Em estudos com animais, os pesquisadores verificaram que as células melhoraram a função cardíaca. "Esperamos que ocorra o mesmo com os pacientes humanos", disse Edge.
O cientista disse à Reuters Health que, no futuro, a equipe vai investigar a possibilidade de obter células para reparar o coração a partir de células-tronco, que têm potencial para se especializar e se transformar em vários tipos de células do corpo. "Nossa esperança é um dia reduzir o número de pacientes que precisam de transplante cardíaco", disse o pesquisador.
Sinopse preparada por Reuters Health
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